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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conto poético: UM GESTO DE GRANDEZA


Final de tarde, com o sol já se pondo.Um homem, certamente, da terceira idade, começa a carregar umas cadeiras para a frente da sua casa,arrumando-as na calçada, destinada aos pedestres.Em seguida, uma pequena mesa, bem arrumada,com uma toalha limpinha.Sua mulher, também idosa, prepara um bonito lanche,composto de frutas, pães, sucos, café, leite, etc.Parecia estar esperando visitas importantes.Mas, ali na rua ? Estranho. Fiquei curioso.Queria assistir ao final daqueles preparativos.Pensei tratar-se de algum discurso político, dirigido aos moradores da rua.Chamou três crianças, seus netos, com idade entre cinco e dez anos, aproximadamente.Sentou-os à mesa.Ah, sim, isto se passou num lindo balneário destaIlha maravilhosa, Praia dos Ingleses, em plena temporada de verão.E as outras cadeiras, a quem eram destinadas ? Escutei um dos meninos perguntar ao avo, se os convidados iriam demorar muito. Ao que respondeu,ser pessoas muito atarefadas, mas cumpridoras das suas importantíssimas obrigações. Passariam, ali, no horário de sempre.Isto aguçou mais, ainda, a minha curiosidade. Fiquei de plantão.Nos cinco minutos seguintes, escutei o avo gritar:"aí vem eles, vamos recebe-los com uma salva de palmas, bem forte".Os avós e netos aplaudiam, sem parar, os coletores do lixo. Foram convidados a sentar-se à mesa, e participarem de uma boa refeição, preparada com muito carinho.Ao se despedirem, todos, inclusive eu, estávamoscom os olhos marejados, de tanta emoção.Este gesto vem se repetindo anualmente, sempre próximo ao Natal. Só que, agora, assistido por aqueles maravilhosos avós...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Poema: NOITE INTERMINÀVEL

Noite Mágica - Recados e Imagens para orkut, facebook, tumblr e hi5
Noite, após noite, te espero.
Escuto tua voz no gemido do palmeiral, e o teu
cheiro, nas flores do campo.
Até os pássaros parecem me atormentar, quando
a gorjear, se põem teu nome a chamar.
Vejo, pela janela, as sombras das roseiras caminhando
faceiras, recitando os meus poemas, parecendo debochar.
Ao amanhecer, escuto teus passos sobre as folhas secas
do jardim, procurando por mim.
Então, grito teu nome, mas só o eco me responde.
Esta noite, também, não dormi. Esperei por ti.
Não chegaste.
Tem sido sempre assim. Vazias, mas cheias de
esperanças, invadindo as minhas lembranças, trazendo
de volta a ternura do teu olhar.
Já sonho acordado, e nem sei mais quando adormeço,
pois do teu amor padeço, de uma partida tão sofrida,
que o meu coração levou, e nunca mais voltou.
Dos teus beijos e abraços, só restaram os pedaços,
que hoje guardo, com muito sofrimento, no fundo dos
meus sentimentos, tentando deste amor esquecer !
Teu semblante serpenteia minha mente, nunca me
olhando de frente, procurando os meus olhos evitar.
Entorpecido por esta paixão, resgato meu sofrido
coração, e adormeço pensando em ti...


Conto poético: A HOMENAGEM

Um menino da Capital, passa a residir numa modesta,
mas acolhedora, Cidade do interior do Estado. Videira.
Ano de 1952.
Conquista muitos amigos, junto ao "Grupo Escolar Adelina
Régis".
A felicidade, naquela oportunidade, foi completa.
Ninguém poderia haver sido mais feliz, do que aquele
menino.
Família, diversão, liberdade, e cultura diferente.
Mas vem o dia da partida. O menino retorna à Capital.
Passam-se algumas décadas.
Umas cinco, certamente.
Agora, homem experiente, retorna àquela Cidade, a
serviço. Profere palestra em nome do Governo.
É recebido com toda pompa, carinho e reconhecimento.
Confidenciou, para alguns, a sua condição de ex-morador
daquele Município.
Em surpresa, foi convidado a revisitar a Igreja Matriz,
Casa Sagrada, que tanto frequentou, quando criança.
Feliz, e acompanhado por autoridades, desfilou em
tapete vermelho, especialmente estendido, da porta
daquela Casa, até a Sacristia.
Não suportou a emoção, quando constatou que estava
sendo recebido por um coral de violinos, orquestrado
por meninos, todos da mesma idade, em que lá morou.
Banhado em lágrimas, de joelhos rezou, e os seus olhos
levantou em direção a Deus, balbuciando um fervoroso
"obrigado Senhor ".
Foi a maior homenagem, recebida em toda a minha vida...

sábado, 17 de dezembro de 2011

Conto poético: UMA PROFESSORA EXEMPLAR

Década de 1950. Estabelecimento escolar público.
Causaria inveja aos melhores educandários de hoje.
Milhares de alunos, estudantes do Colégio Estadual
Dias Velho.
Os professores formavam uma elite, uma verdadeira
nobreza na arte de ensinar
Pessoas de respeito. Cumpridoras das suas obrigações.
Ostentar, na camisa, a sigla "C.E.D.V.", era um orgulho
indescritível.
Entre tantos, destaco uma professora que não
abandona as minhas lembranças de menino. Emília Boos.
Excepcional Mestra de português.
Encantadora profissional. Enérgica, profunda conhecedora
da matéria que lecionava, mantinha as turmas sob absoluto
domínio e disciplina. Mas, totalmente acessível, atenciosa
e amável.
A garotada, saudável, alegre e barulhenta, ao recebe-la em
sala de aula, silenciava, atenta. Poder-se-ia escutar a
manipulação de uma folha de papel.
O domínio, desta Mestra, era total.
Seu método de ensinar, de forma participativa, enaltecendo e
estimulando, não permitia outro resultado, senão um eficaz
aprendizado.
Sinto saudade daquela mulher. Faz muita falta a todos.
Poderia ser muito útil, às gerações atuais de professores,
como exemplo e transmissora de experiências. Nunca tive
conhecimento de uma punição escolar por ela sugerida.
Bastava um olhar, não de megera, mas de um anjo da
guarda, para recolocar toda e qualquer situação no devido
lugar.
Alguém poderia questionar se isto é um relatóriov ou um
conto poético.
Responderia que estou falando de amor, de saudade, de
perda, de lamento, de reconhecimento e gratidão.
Logo, estou falando de poesia, fazendo uma leitura que
está impressa nas entranhas do meu coração.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Conto poético: A CHUVA

Tempestade na noite - Recados e Imagens para orkut, facebook, tumblr e hi5
Anoitece. Chega a madrugada.
A natureza parece advertir que, do céu, cairá
muita água.
A ausência de vento, o ar abafado, riscos cegantes
no horizonte, lembram a diferença entre o mar e a
terra.
Parece uma guerra.
As árvores, assustadas, nem se mexem, com medo
de serem arrancadas.
Agora chove, e muito.
O vento já sopra ferozmente. As árvores se curvam,
como a reverenciar o poder maior, num gesto de
submissão.
A água que cai, parece querer lavar toda a terra. Nada
a detém.
É o ciclo da natureza.
Parece querer educar a humanidade, mas com muita
severidade.
Os trovões já acordaram todo o vilarejo, e assustaram
a criação.
Os córregos transbordaram. Agora, sem direção.
Do outro lado da rua, na casa da Senhora Chiquita, há
uma movimentarão de pessoas.
Somente a fé, em apelos às divindades, pode ajudar
nesta situação.
Queimam ramos de palha benta, abençoada pelo
padre, na Missa de Santa Bárbara, para a tempestade
acalmar.
A fumaça branca, sai pela chaminé da humilde casinha,
se misturando à forte chuva, parecendo neblina.
De joelhos, fervorosamente, a família reza, e a natureza
obedece.
Por milagre, certamente da Santinha, a chuva cessa,
e o vilarejo se sente abençoado.
Pela manhã, os vizinhos se dirigem à casa da Senhora
Chiquita, para agradecer-lhe as providências de haver
cessado a tempestade.
Ela, apenas, responde com um sorriso cheio de ternura,
feliz...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

onto poético: JAKETA, UM RAPAZ ALEGRE

Jaketa, foi mais um personagem desta bela Ilha.
Alegre, divertido, leal amigo dos seus amigos.
Pertencia a uma família distinta desta Capital. Sua
irmã, muito conhecida, foi uma verdadeira artista do
samba. Uma famosa sambista.
Irmão de jogador de futebol e, também, de massagista
de clubes futebolísticos, Jaketa era diferente.
Sorria muito, sempre contente.
Como sua irmã, gostava de cantar. Chegou a fazer sucesso
com o seu samba "sacode carola ".
E o povo gostava, aplaudia. Cantava nas rádios locais, e
gravou um disco, em " 75 rotações ".
Hoje, poucas pessoas se recordam daquele homem muito
divertido, bem humorado, sempre com novidades a relatar,
e, também, debochado.
Um autêntico "manelzinho da Ilha".
Um homem da noite. Nunca fez mal a ninguém. Ao contrário,
um grande amigo de todos.
Antes que caia no esquecimento, é bom lembrar que, hoje,
ele está morando no Céu, com a sua querida Irmã, "Nega Tide",
a consagrada sambista desta Terra, sim.
Ambos devem estar se preparando para o carnaval que se
avizinha.
Talvez alguém se lembre, pelo menos, de cantarolar, o samba
que o consagrou:
"Mas sacode carola,
que é de bababado,
mexe, remexe carola..."

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Conto poético:: A MONTANHA

Observo, atentamente, a linda montanha que adorna a
minha humilde residência.
Tem um perfil sereno, abriga muitas vidas,de nada reclama,
e faz parte da natureza.
Sua vegetação é menos espessa do que merece.
São poucos os córregos que deslizam por suas encostas.
Alguns já desapareceram, porque cortaram as árvores que
existiam por lá.
Até alguns pássaros se mudaram.
Costumo olhá-la todos os dias, parecendo uma reverência,
uma demonstrarão de carinho, respeito e admiração.
Ela me conhece desde menino, mas sabe que o intruso sou
eu, ser humano.
Todos os dias, os pássaros maiores se aproximam e gorjeiam,
em tom alto.
Creio que começo a entender o que desejam me dizer.
Parecem pedir para que me retire. Ali, não é o meu lugar.
Quando ameaça mudança de tempo, ela é a primeira a me avisar.
Faço uma leitura do seu comportamento e, quase sempre, acerto.
Mas, coisas estranhas vem ocorrendo.
Uma pequena nuvem persiste em não abandonar a montanha.
Quando todas partem, com a chegada do sol, ela permanece.
Fui ver de perto o que estava acontecendo.
É muito densa. Não conseguia vê-la por dentro.
Ouvi vozes, ruídos muito, parecendo me prevenir de alguma coisa,
como traição...
A mesma nuvem já havia aparecido outras vezes. Eu é que não
sabia interpretá-la,
Agora, sempre que aparece, subo à montanha e vou escutá-la.
Parece uma conselheira, atenciosa e sábia.
Um velho homem, contou-me que no início do século XIX, vivia
naquelas imediações um indígena, expulso da sua tribo, acusado
de haver praticado algo, intolerável pelo conselho maior.
Após muitos anos, souberam da sua inocência, preparam uma
grande cerimônia de resgate, e uma festa para recepcioná-lo.
O conselho chegou tarde. Aquele velho indígena já não mais
existia.
Mas sinais dos seus pertences, ainda estão por lá...
Diz a lenda, que a nuvem branca é testemunha da pureza da sua
alma.
Um marco da injustiça cometida...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Poema: O ESCONDERIJO

Procurei no alto da montanha, um refúgio para
depositar os meus sentimentos.
Encontrei profundas cavernas, árvores e pedras,
quase inacessíveis.
Desci às profundezas dos rios e dos mares, e
nada encontrei. Tudo me pareceu vulnerável.
Meus segredos e frustrações, são tesouros
importantes. Metamorfoses da vida.
Alguns, de sabores amargos, aguardando o açúcar
da bondade, a coragem do perdão, ou a abertura
do coração.
Por vezes, está lotado. Outras, não.
São inquietações que palpitam na essência da vida,
abrindo em ferida, para sangrar até o corpo tombar.
Ao longe, ouço os murmúrios da alegria, pela batalha
que travo todo dia, na vã torcida da minh'alma
abandonar.
Oh, cruel mediocridade. Não será a munição da maldade,
que haverá de um homem apaixonado, derrubar.
A força da paixão se agiganta, quanto mais se levanta o
desprezo de amar.
Basta nos teus olhos olhar, seguir tuas pegadas no meio
da mata fechada, para chegar naquele belo lugar.
Receber o teu abraço carinhoso, aquele beijo afetuoso,
e o pedido para contigo ficar.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Poema: FASCÍNIO

O Cheiro do mar, das flores e do ar, não me deixam
esquecer de ti.
Atormentam os meus pensamentos, aumentando este
sofrimento.
As bravias ondas, espumantes como nuvens errantes,
lembram a fúria dos amantes, no aconchego das verdes
moitas, ainda persistentes em minhas velhas lembranças.
Ecoa nas encostas do tempo, cada vez mais íngreme,
o uivo da bela loba, abraçada, agora, ao imaginário prazer.
Acalento, na essência dos teus desejos, a revolta da triste
ausência, provocada pela partida de quem não voltou.
Teu fascínio, me assustou.
A dor cruel, sem piedade, se instalou.
E o tempo rebenqueia a frágil consciência, não de quem
pecou, mas de quem sofre por amor.
E as tuas gargalhadas, continuam a ecoar pelas muralhas
das lembranças, já destruídas pelo tempo, que se
rendeu ao fascínio de quem ficou, e nunca partiu.
Hoje, olho o mar, admiro o céu, e as nuvens parecendo véu,
cobrindo de branco as minhas doces lembranças, já sem
sofrimento, mas com o embriagador perfume de um
incomparável amor !

sábado, 10 de dezembro de 2011

Conto poético: A MOTIVAÇÃO

A rua parecia sem vida, sem flores, sem perfume...
lixo espalhado pelo chão, era o que mais se via.
Não era, apenas, aquela rua. As demais, também,
estavam assim. Pareciam doentes e abandonadas.
Um morador, bem no final da tarde, quando o sol
se escondeu atrás da montanha, apanhou uma
velha vassoura de arames, alguns sacos de
material plástico, e começou a varre-la.
Recolheu todos os materiais estranhos, depositando-os
nos locais apropriados.
As pessoas acharam muito estranho aquele homem,
que não é empregado da prefeitura municipal, limpando
a rua daquele jeito. Por que isto. ?
No dia seguinte, no mesmo horário, no frescor da tarde,
lá estava ele, agora com um carrinho de mão, enxada e
vassoura, completando a limpeza.
Plantou flores, mudas de árvores frutíferas, regou e
cuidou.
O s moradores ficaram admirados, com aquele gesto de
amor e extrema dedicação.
Perguntado, disse que ama a rua onde mora, e isto é o
mínimo que pode oferecer aos seus vizinhos, como
forma de gratidão, por receberem, tão bem, a sua família.
Houve uma reunião, e surgiu uma ideia maravilhosa.
Cada qual cuidaria da metade da rua, frente a sua
residência.
Seria muito pouco para cada um, e a rua passou a ser
imitada por todo o bairro.
As pessoas sentem orgulho de lá morar...
Tudo teve início, a partir de um belo exemplo de
motivação... dado por um homem simples, e desprovido
de vaidade.

Poema: ALGEMAS DA VIDA

Pensamentos voltados ao passado, às lembranças
intermináveis, que se negam ao tempo desaparecer.
Emoções que se confundem, mas que testemunham
um intenso amor.
Teimoso, rebusco nas trevas das escuras noites
de sofrimento, a razao da saudade impiedosa, que
tanto maltrata minh'alma.
Não há consolo. A exigência, por tua presença, parte
das minhas entranhas. São gritos da minha essência.
Não ouves. A dor é insuportável.
Não desfaço as amarras que me sufocam, pois são
a minha própria vida.
Então, só me resta a esperança da tua volta. Mas me
resta.
Vivo, agora, preso ao passado. Mas vivo.
Até o vento, sensível a esta dor, tenta, em vão,
arrefecer o meu sofrimento, distraindo os meus
pensmentos, te chamando para ficar...
O calor do sol te persegue pela vida, parecendo um
recadeiro, querendo uma mensagem entregar.
E a lua, tão romântica, prateia a linda mata, os campos
e as cascatas, parecendo o teu lindo rosto banhar.
Meu coração se debate numa incontida alegria, porque
sabe, que aqui, um dia irás retornar...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Poema: NÃO HÁ MAIS PRESSA

Não há mais pressa. chegaste.
E contigo, o amor e a felicidade aportaram em
minh'alma, trazendo na bagagem a alegria de
viver.
E o amanhecer, chegou acompanhado do cheiro
das flores e da relva molhada, pelo orvalho fresco
da madrugada.
O caminho longo da vida, foi percorrido com tanta
ansiedade, que poderia levar ao tudo, ou chegar
ao nada.
O amor ainda é o passageiro.
É o fermento da felicidade. O tempero e a fonte
da vida.
Ninguém vive sem um grande amor, o poeta,
com toda razão, já afirmou.
Na vidraça do nosso quarto, até uma linda e
cheirosa flor, não sei se rosa ou calêndula,
mas muito curiosa, o seu perfume deixou.
Audaciosa, veio morar em nossa cama e,
toda noite, seu perfume derrama...parecendo
invejar o nosso amor...
Inebriado com tanto carinho, escuto os lindos
passarinhos, cantando bem baixinho, para
embalar as nossas noites,tão belas, de
profunda ternura !

domingo, 4 de dezembro de 2011

Conto poético: COLAR DE BRILHANTES

Esta noite, me afastei das luzes artificiais da cidade.
Procurei um refúgio distante, isolado, silencioso...
Encontrei um gramado, onde nada se fazia presente,
apenas os meus pensamentos. Somente as minhas
lembranças...
Deitei-me ao chão, fresco pelo sereno que já molhava
a relva.
De olhos cerrados, senti o vento acariciar o meu rosto,
ouvi os batráquios me chamando de intruso, enquanto
os pássaros noturnos gorjeavam gentilmente.
Estava absorto em meu mundo interior, ouvindo gargalhadas
de alegria, e a marcha dos pensamentos atrevidos, seguindo
em direção à doce imaginação.
Deixo-me levar. Viajo pelo mundo, em tua mão segurando.
Creio que, por algum momento, adormeci.
Agora, de olhos abertos, bem ali, pertinho, observo as lindas
estrelas desfilando em meu céu, repleto de felicidade.
Elas brilham, dançam, mudam de lugar constantemente,
parecendo me chamar, me convidar para lá ficar.
E prometem, um dia qualquer, me buscar para morar.
Como presente, construíram, no firmamento, um lindo colar
de brilhantes, para os seios do meu amor enfeitar...

Conto poético: VOCAÇÃO

Uma bela mulher. Vocacionada, dona de uma voz divina.
Cantar, era a sua vida, a sua felicidade.
Namorou, amou e foi amada.
Chegaram os filhos e, pelo marido, foi pressionada.
A vida artística, tinha de ser encerrada.
Lugar de mulher é em casa, e fazendo companhia ao
marido, ao qual , aos pés da Santa Cruz, disse "sim".
Começaram as discórdias, brigas intensas tomam conta
do casamento.
Família famosa. Certamente uma das mais importantes
do País.
Mas a mulher é pura vocação. Sua vida estava ligada as
suas músicas.
Os aplausos do público, a fascinavam.
Os discos lançados , cobriam de vaidade a artista, que
sorria de alegria, ao ver as rádios divulgando as suas
lindas canções.
O marido, homem ciumento e intransigente, não conseguia
entender tamanha desobediência.
Proibi-la de cantar, seria as asas do passarinho cortar.
A falta de compreensão, atingiu o seu coração. Hora
final da decisão.
A mulher preferiu abraçar a sua linda vocação, por exigência
do seu coração... e o seu " mundo caiu"..
A bela Mayza foi feliz, enquanto cantou e viveu...
De minha parte, seu fã, muitos aplausos recebeu !

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Conto poético: UM GESTO DE AMOR

Conversas muito animadas, na década de 1970.Tinha como palco da vida, o centro da bela Rio deJaneiro.Noite de temperatura alta. As pessoas, alegres,sorriam muito. Histórias, do dia que se encerrava,eram relatadas, seguidas de gargalhadas.Pessoas aguardando a chegada dos seus amores.Observei momentos de plena felicidade. Ansiedade à flor da pele, aguardando um encontro que seria,certamente, o mais lindo na vida de cada um.Um homem solitário, ocupando uma mesinha de rua,bem ao lado da minha, parecia não aguardar ninguém,por sua tranquilidade aparente.Transitava, entre as mesas, uma vendedora de flores,oferecendo aos casais, um belo botão de rosa, na maioria, vermelho.Alguns compravam, com satisfação, e outros por constrangimento, oferecendo-o à pessoa que se encontrava na sua companhia.Ao passar, a mulher foi chamada, repentinamente, por aquele homem, de aparência, até diria, rude.Comprou uma rosa vermelha, lindamente embalada,em seguida, beijo-a delicadamente, e a ofereceu à vendedora, pedindo que aceitasse em nome do amor entre as pessoas.A vendedora ficou paralisada, com os olhos marejados.Mal conseguiu agradecer ao cavalheiro, que, também,ficou emocionado...Um gesto, aparentemente, tão simples, mas muito significativo, pela surpresa e pela criatividade.Provavelmente, por saudade de alguém...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Poema: UMA BELA FLOR, SEM PERFUME

Um belo jardim, muito bem cuidado.
Nenhuma erva daninha, e o sol temperado.
Os cravos, as rosas e o jasmim, exalavam perfumes
delicados, parecendo, até, só para mim.
As pessoas ficavam inebriadas. Os beija-flores e as
abelhas, alucinados.
A mais bela das rosas, dobrada e amarela, da cor do
mel, não exalava nenhum perfume. Era completamente
neutra.
Por este motivo, Isolada no canteiro, passava o dia
inteiro, sem chamar a atenção.
Sentia-se humilhada, desprezada, pois, embora linda,
a mais bela de todas, nenhum perfume lhe contemplou
a natureza.
Sentei-me ao seu lado, acariciei as suas pétalas, e pude
sentir de perto como é macia a sua textura, e como é
intensa a sua ternura.
Disse-lhe que são valores diferentes. Algumas flores
atraem pelo perfume. Outras pela beleza.
Caso a natureza concentrasse em uma só flor, os dois
predicados, as demais morreriam de ciúme.
Como é difícil agradar a todos ...