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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Conto poético: MADRUGADA ESTRANHA

Uma praia, frente ao leste, desta Ilha encantada de Santa Catarina.
Duas horas e dezessete minutos da madrugada.
Passeio na areia, sem sono e completamente desperto.
Tudo me chama ã  atenção.O ruido do mar,o sopro do vento, os
pássaros noturnos parecendo comigo querer conversar.
Meus olhos se perdem na imensidão do mar.
Imagino o Continente Africano, logo ali, a milhares de quilômetros,
de onde me encontro.
O que, aquele belo povo deve estar fazendo, neste momento ?
Na linha do horizonte, avisto nuvens carregadas, se movendo apressadas,
em direção à costa.
Um navio, certamente petroleiro, navega em marcha lenta, procurando
o seu destino.
Também procuro o meu...
Acho que as gaivotas e os mergulhões, estão querendo me ajudar...
Impacientes tentam , comigo, se comunicar.
Aproximam-se, esvoaçam sobre minha cabeça. Não me temem.
Creio estar invadindo o seu território. O local onde vivem, se alimentam,
procriam...
De minha parte, é um desrespeito.
Mas, sou mais um a ter esta consciência. Quero, apenas, defende-los.
Isto, de certa forma, ameniza  o meu sentimento de culpa.
Agora sentado, bem próximo às ondas, fico imóvel  tentando atrair,
para  bem perto de mim,  estas  lindas gaivotas.
Estendo as mãos. Incrível como confiam no ser humano, apezar de
todas as maldades que lhe fazemos.
Uma delas, deposita sua cabeça em minha mão.
Ao contrário do que possa parecer, sua pele, logo abaixo bico, é
quente.
Ela me olha fixo, e eu correspondo.
Nunca havia passado por uma situação desta.
Estava no aconchego de minha mão, um pássaro marinho,de hábitos
 noturnos e selvagem.
Pedi-lhe perdão, por tudo que nós, seres humanos,  lhe causamos,
ou pelas coisas boas que nos omitimos.
Não consegui conter as lágrimas, de tanta emoção.
Mas o estranho, sem qualquer equívoco , é que os olhos do animal
ficaram diferentes, parecendo entender o que eu estava sentindo.
Delicadamente, retirou sua cabeça de minha mão e voou em direção
ao horizonte, desaparecendo do alcance das minhas vistas...
Houve, no mínimo, a comunicação  de um profundo sentimento
comum, entre dois seres diferentes, mas do mesmo reino.

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