pulsando

Seguidores

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Conto poético: O PACTO

Noite agradável, quente mas ventilada, à beira mar.
Dois jovens são apresentados por um amigo comum.
Duas pessoas interessantes. Ela, uma simpatia de
mulher como, aliás, as mulheres nordestinas, de um
modo geral.
Bela, sorridente, instruída e educada, deixou o jovem
impressionado.
As cidades em que moravam, eram muito distantes,
geograficamente. Por outro lado, não existiam as
facilidades de comunicação, como as de hoje.
Na despedida, fizeram um pacto.
Rasgaram um rótulo de refrigerante, que estava
sobre a mesa, ficando, cada um, com uma metade.
Prometeram uni-las, quando ocorresse o próximo
encontro.
Passaram-se muitos anos. Ele retornou á cidade
daquela moça, e a procurou em seu endereço.
Estava casada e com um filhinho, nascido por
aquele mês.
Foi um contato desconsertante e constrangedor.
Passaram-se muitos anos, mais de trinta, ela voltou
a fazer contato com o jovem, agora, na condição
de divorciada. Muita emoção no ar, evidentemente.
Ele retirou, da carteira, a sua metade do rótulo de
refrigerante, objeto do pacto firmado no ano de 1971.
Com as mãos trêmulas da profunda emoção, colocou-a
sobre a mesa, dizendo: "finalmente, juntas... ".
Ela lhe olhou indiferente, perguntando: "o que é isto,
querido ? ".
Foi a morte, súbita, de um sonho, de uma ilusão ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Querido leitor...seu comentário é muito importante para mim. Obrigado.