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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Conto poético: A PEQUENA ILHA DO DIABO


 Baía Norte,  da Terra de Santa Catarina.
Um local paradisíaco. O paraíso aqui, aos nossos
pés.
Mar de águas claras e calmas, parecendo vigiar a
divisão entre o continente e a nossa Ilha de
Florianópolis.
Berçário  da fauna marinha, que alimenta milhares
de famílias, desde  a chegada dos primeiros
seres humanos, desbravadores destas terras
abençoadas.
Lá se  encontra um pedaço de terra, com intensa
formação rochosa.  ANHATOMIRIM.
Uma ilha tão formosa, e em harmonia com a
exuberante natureza, que por mais que se descreva,
não se consegue transmitir a realidade da sua beleza.
Ponto estratégico militar, pelos Portugueses foi
construída  a Fortaleza da Santa Cruz de Anhatomirim,
com início no ano de  1.739, para defender estas terras
dos invasores Europeus.
Sua construção e  material bélico, testemunham esta
passagem histórica.
Mas, o que é belo, termina nesta linha.
Discórdias políticas, transformaram-na  em  palco
sangrento, covarde e vergonhoso.
Nos gélidos calabouços, ainda ecoam  os gemidos
e os gritos de pavor dos 185 executados, talvez 300,
por tiros ou por enforcamento, a mando de Floriano
Peixoto.
Mais tarde, homenageado com o seu nome, Florianópolis,
esta Capital, tão querida.
A Família Gama D'eça, trucidada naquela Ilha, ainda
chora a dor de uma enorme injustiça, de uma selvageria
que envergonharia, até mesmo, os selvagens que aqui
habitaram.
Militares do Exército Nacional, Desembargadores, Juizes,
Engenheiros, entre estes, três Franceses, ninguém
escapou à louca fúria.
Naquela chacina, de 1894, nem o Barão de Batovi,
herói da Guerra do Paraguai, foi poupado...
Dizem que, à noite, ainda se pode ouvir os gritos dos
assassinados,  pedindo  o socorro, que jamais chegou...
Creio que não se ouviu, porque as gargalhadas dos
facínoras, bem alimentados e, certamente, embriagados,
abafaram os gritos  debilitados dos executados....
Que sejam julgados por Deus, e pela história.

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