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sábado, 28 de janeiro de 2012

Conto poético: UM OLHAR AO INFINITO

Observei, atentamente, aquela jovem.
Dois lindos  olhos verdes, da cor do mar, pareciam
me olhar.
Um rosto singular. Não sorria, não se movia...
Não sei em que pensava. Parecia em  nada.
Perguntei-lhe o seu nome, como uma forma de,
com ela, me comunicar.
Não respondeu.
As pessoas passavam a sua frente. Ela parecia não
se  importar, ou não perceber.
O mundo, ao seu redor, para ela, não existia.
Tudo lhe parecia indiferente.
Seu tio, atencioso,  conduziu a cadeira de rodas para
a sombra do prédio, acomodando-a próxima de
onde  me encontrava.
Soube, então, tratar-se de um ser  desprovido dos
sentidos.
No que poderia estar pensando aquela mulher, tão
bela, acerca do mundo em que vivo ?
Jamais saberei a resposta, creio.
Mas tenho o direito de me questionar, a respeito
de tamanha crueldade.
Por que um "vegetal ", designação dada por seu tio,
teria tomado a forma de um ser humano ?
Trata-se de um ser superior  ?
Não ? Quem pode garantir, que não ?
Seu olhar , simplesmente,  ignora tudo.
Talvez esteja procurando algo, que  este
mundo não lhe possa oferecer.
Concentrada no infinito, me fez sentir pequeno
demais, para  compreender tudo isto.
Creio que aquela linda mulher, de olhos da cor do
mar, enxerga um Deus, tão bonito e sereno, que
eu jamais  o conhecerei...

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