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segunda-feira, 19 de março de 2012

Conto poético: A FEITICEIRA DOS CÃES

Tenho ouvido muitas histórias curiosas, narradas neste povoado
de pescadores.
Marcas de redes de pesca, deixadas na praia, à noite, quando
se sabe que não houve  pescaria.
Rastros de boiada,  mas que nem gado existe por perto.
Contaram-me a história de uma mulher, muito generosa, que
viveu no início do século passado, e que morava numa casinha,
bastante humilde,  no  morro da pedra da guarita.
Os vestígios da construção, ainda estão por lá. Conheço-os.
Segundo me narraram, a senhora, apelidada de "Maria dos
Cachorros ", possuía uns cinquenta animais, todos abandonados
e, por ela, recolhidos na freguesia.
Muito pobre,  mas nada pedia para alimentar os bichos, que
eram bonitos, e com boa aparência de trato.
Tinha este apelido pelo fato de andar, sempre, acompanhada
por seus cachorros, que a protegiam.
Quando faleceu, os cães, como que por encanto, sumiram do
morro, e nunca mais foram vistos.
Comenta-se que, em noites de lua minguante e  fria, ouve-se
muitos cachorros latindo  naquele local, e que, quem aguçar os
ouvidos, ouvirá gargalhadas de feiticeira.
Também, afirmam  que é comum aparecer  centenas  de  marcas
de patas de cachorros, na areia da praia, próximo aquele morro...
Estas historias  eram  contadas nas vendinhas, nas épocas em
que a iluminação era à base da pomboca, e regadas com  muitas
rodadas de pinga, destilada aqui mesmo,  nos engenhos de cana
de açúcar, na encantadora Praia dos Ingleses, nesta Capital
Catarinense.
 
 

2 comentários:

  1. É provável que a história, seja real amigo!!!
    Os cachorros e seus donos estão fundidos... Quando os donos morrem os cachorros passam a outra dimensão.
    Bonito relato, abraço

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  2. Oi, Hilda
    Muito agradecido pela explicação espiritual,
    pela atenção e pela honra da visita.
    Com muito carinho,
    Sinval.

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