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sábado, 31 de março de 2012

Conto poético: REMINISCÊNCIAS


Doces lembranças acabam de invadir meu coração.
Aquela casinha humilde, que nem assoalho tinha,
era de chão batido,  mas bem limpinha.
Não possuía parede inteira, era só meia parede, e a
porta de chitão.
O forro era luxo. Não existia.
Em noite de vento forte, até o cabelo se mexia.
O pavio  da pomboca, não parava de dançar, dando
animação, parecendo assombração.
O fogãozinho, à lenha, funcionava noite e dia, e água
quente sempre tinha.
Na meia porta, pelo lado de fora, pendurada na parede,
uma bacia de alumínio, para o ritual do lava-pés,
acompanhado de um banquinho.
Nos quartos, alguns pregos fincados na parede, para
as poucas roupas pendurar.
Cama rústica, colchão de palha de milho, que  no
silêncio da noite, toda vez que alguém se mexia, parecia
falar.
Mas isto era privilégio de poucos, pois a grande maioria,
na esteira dormia. E, assim, nem barulho fazia.
No lado de fora, muitas  coisas boas existiam.
Um galinheiro com  muitas  aves.
O galo carijó cantando, era uma harmonia. 
o arame farpado  estendia  a roupa molhada, e bem
limpinha.
A tarrafa estendida no bambu, parecia de braços
abertos, esperando o tarrafeador.
Quanta saudade, meu Deus.
Lá morávamos todos nos, inclusive a felicidade ...

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