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sábado, 10 de março de 2012

Conto poético: UM CAFEZINHO MUITO SAFADO

Esta Ilha de Santa Catarina, realmente, tem histórias
inusitadas.
Antes da revolução feminina, pelo menos nesta região,
e, principalmente, no interior da Ilha, as mocinhas
tinham em mente um único objetivo, ou seja, casar.
As mães ensinavam as suas filhas, todos os afazeres
de uma "dona de casa",
E faziam questão de divulgar na vizinhança, o quanto
eram eficientes.
Sabiam, cozinhar, muito bem, lavar  roupas, deixando-as
limpinhas e, depois, muito bem passadas.
Sabiam arrumar  a casa. O assoalho dava para se espelhar !
O jardim muito bem cuidado !
Sabiam costurar e remendar uma roupa, com toda a
perfeição. Até, virar um colarinho !
Hoje são conversas, que parecem folclóricas, mas que,
na época, eram apropriadas, pois a mulher era preparada,
para ser dona de casa.
Para que estudar ?
Daqui mais alguns anos, irá se  casar e cuidar do marido e dos
filhos !  Para que escola, para que ?
Absurdo ?  Pois era, exatamente, desta forma que as coisas
caminhavam.
Então, a prioridade era o casamento. E, para que isto,
acontecesse, valia de tudo.
Havia uma crença, na cultura desta minha querida terra, que
quando a mãe e a filha, se interessavam por um determinado
"moço", que seria um bom "partido", para a "moça", e o rapaz
estava  meio indiferente, bastava servir-lhe um cafezinho,
especialmente preparado pela filha. Ao invés de coador, para
"passar" o café, usava uma peça de roupa, a mais íntima, e
pronto. O moço ficava desesperado pela menina.
Até hoje, ainda se fala muito neste método, como eficiente
maneira de convencimento.
Será verdade ?
A coisa era tão séria, que quando a mãe do rapaz, percebia
a transformação do filho, ia até a porta da casa da moça,
tirar satisfação, indagando se deram café preparado com
aquela água...
Um escândalo.
Todos, nesta Ilha, sabem destas histórias, porque muitos
casamentos foram realizados, sim, com estes antecedentes.

2 comentários:

  1. Oi Sinval,
    Não sei se este fato narrado por você é folclórico mas acredito que ele percorreu os rincões brasileiros. Aqui no interior de Minas esta história é bastante conhecida. De acordo com os mais idosos esse cafezinho não falhava nunca. Adorei ler o seu texto e relembrar uma história há muito esquecida.
    Beijinhos
    Gracita

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  2. Oi, Gracita.
    Que bom saber disto.
    Creio que, por aqui, muitas coisas
    destas aconteceram, sim.
    Muito agradecido pelo depoimento.
    Um beijão na tua alma.
    Sinval.

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