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segunda-feira, 12 de março de 2012

Conto poético: UMA LUZ MISTERIOSA

A criatividade humana, não tem limites.
Fui amigo de um dos pescadores mais antigos deste
povoado.
Hoje, até nome de rua,  foi atribuído em sua memória.
Homem simples, bom de conversa, pois viajou por quase
toda a costa brasileira, e pela Argentina, também.
Sempre cheio de novidades, histórias que se passaram
no barco e em terra.
Muitas festas. Coisas de marinheiro civil, pois muitos dias
passou em alto mar, sem as regalias  das cidades.
Contou-me  que, neste povoado de pescadores,  uma luz,
provavelmente emanada de uma pomboca, circulava pelo
alto do "morro da  gurita", e que muita gente se assustava.
Em alguns momentos, a luz acendia e, em outros, apagava.
O local, conheço, é tétrico.
Mata fechada, com acesso muito próximo ao cemitério .
São almas penadas  procurando luz, diziam alguns.
Ninguém mais ia ao costão da "gurita", passando por aquela
picada, logo após o escurecer.
O mistério dava asas à imaginação. Cada qual inventava
uma historia, quase sempre de fundo fantasmagórico.
Até o padre da igrejinha foi solicitado a benzer o local, com
suas orações e tudo mais.
O povo era muito suopersticioso.
Historias de almas do outro mundo, era o que mais corria.
Local pequeno, sem  energia  elétrica ... a noite aguçava as
fantasias.
Repentinamente, teve um acesso de risos. Perguntei-lhe a
razão de tamanha alegria ?
Respondeu-me que foi a maior aventura da sua vida, toda
esta historia.
Ele era a luz que circulava no morro, emitindo sinais para
a sua paixão, uma mulher comprometida, residente na
freguesia... e que nem na hora da sua morte,  confessaria
este assunto ao padre, com medo de ser excomungado,
ou ter a sepultura violada, por vingança do marido.
Jamais revelarei o  segredo  que me confiou...

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