Na enfermaria daquele hospital, nada menos que nove
homens.
Enfermidades semelhantes, facilitavam o tratamento.
O medo, o desconforto, a dor, a saudade e o ambiente
assustador, se encarregavam de arrancar gemidos de
pavor.
A face contraída, traduzia o tamanho da ferida.
Críticas e reclamações, também.
Apenas um deles permanecia indiferente.
Claro que isto despertou a curiosidade dos demais.
Questionado, deu-lhes uma verdadeira aula,
dizendo-lhes que:
"a minha dor não é maior, nem menor, do que o
sofrimento dos que aqui se encontram.
Sei que é suportável.
Além dos remédios, uso outros mecanismos de
defesa, e que me fazem muito bem.
Penso na vida que já vivi, nas coisas boas que
desfrutei, nas pessoas que amei, nas flores lindas
e cheirosas que conheci...
Cada episódio destes, me faz feliz. É como um
filme que assisto de olhos fechados.
Não me concentro nas coisas desagradáveis, pois
não suportaria. Doem muito. Tenho observado nas
reações dos que aqui se encontram.
Experimentem ...".
Os médicos souberam desta historia, porque aquela
ala de tratamento que, até então, era agitada, passou
a ter um comportamento calmo, diferenciado.
Perguntaram ao cidadão se era, realmente, um
psicólogo, como informou a enfermeira chefe, ao que
respondeu, serenamente:
"sou, apenas, um poeta ".
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