Uma noite fria, muito fria...
O vento, impiedoso, la fora gemia, implorando
para entrar.
Até o frio, sentia frio. Eu também.
Nem os cães latiam.
Somente as árvores se mexiam, querendo de
lá se mudar.
Em minha cama, apenas o cobertor me
aquecia.
As doces lembranças daquela mulher, invadem
meu coração, expulsam o sono, me fazem sofrer
de saudade.
Abraço o passado recente, falo com a minha
dor, ressuscito todo aquele amor.
Passeio pelos lugares, aonde com ela estive...
Volto para o leito, e não adormeço.
Agora, chove intensamente, e o vento sopra mais
forte, parecendo perder a paciência.
Debocha do meu sofrimento.
Mas não consegue afastar, desta casa, a tristeza.
Finalmente, sou vencido pelo cansaço e pelo frio.
Em posição fetal, adormeço.
Durante a madrugada ouço, por várias vezes, o
galo cantar, parecendo preocupado comigo.
Pela manhã, a cortina, sem corpo, permite a luz do
dia entrar, e me faz acordar.
Espreguiço o meu braço sobre o travesseiro vizinho.
Está vazio, e gelado
Aquele corpo ausente, certamente, foi levar calor a
outro ninho.
Ingrato, esqueceu de levar na bagagem, toda a minha
saudade que, perdida nas cobertas do meu leito,
comigo ficou...
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