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domingo, 24 de junho de 2012

Conto poético: AS ROSAS QUE NÃO ENTREGUEI



Quando menino, morador da periferia desta minha querida
terra natal, vivenciei incríveis experiências da vida,  que se
tornaram inesquecíveis.
Adolescente, e estudante do melhor colégio público desta
Capital, sentia-me muito feliz.
Flertava uma menina linda e simpática. Não me saía
da cabeça, dia e noite.
Mas, a timidez não me permitia uma melhor aproximação.
Pensei em mandar-lhe um " bilhetinho ", mas a minha letra
sempre foi um horror, e isto poderia afastá-la, pensava eu. 
Que drama !
Precisava encontrar uma solução rápida, pois outros rapazes
também estavam de olho...
Reuni minhas reduzidas economias, e comprei três rosas
amarelas, as mais lindas  expostas na floricultura.
Agora vai...
Estava de banho tomado, cabelos muito bem penteados,
com brilhantina, e vestido com a "roupinha da missa ".
Domingo à tarde, fui ao jardim, que fica à frente da sua casa.
Minhas pernas tremiam, mas não iria desistir, jamais.
Sentei discretamente num banco, com visão perfeita do portão
social.
No momento em que ela saísse, finalmente, iria ao seu
encontro e lhe entregaria as rosas, com uma ensaiada declaração 
de profunda paixão, e um pedido de namoro.
Ensaiei tudo isto, dezenas de vezes. Tinha que dar certo.
O plano não era  muito criativo, mas era emocionante e ousado,
para um jovem de, apenas, 15 anos de idade. Coitado  de mim !
De olhos fixos naquele portão, esperei por mais de duas horas,
a sua saída, talvez para ir à missa, já que a Igreja fica,também, 
frente ao jardim.
Repentinamente, tive  surpresas.
Ela não saiu.  Entrou, e acompanhada pelo namorado,de mãos
dadas...
Quase morri. Retornei para casa de ônibus, e as flores ficaram, para
sempre, naquele banco de jardim.
Nunca mais retornei aquele local.

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