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sábado, 21 de julho de 2012

Conto poético: O CONFISSIONÁRIO



Não faz tanto tempo, assim.
Da janela da casa, onde residia quando menino,
avistava o padre rezando a missa.
Costumeiramente, sentava-me  a um banco de
jardim, bem à frente da Igreja Santo Antônio dos
Anjos, na histórica Cidade de Laguna. 
Belíssima construção, datada de  muitos anos.
Fico pensando, quantos fatos, durante todos estes
séculos, esta obra de arte testemunhou.
Até Anita Garibaldi, a heroína, por aqui transitou.
Casamentos, de grandes amores,  abrigou.
Ações de graças alcançadas, orações, meditações,
meu Deus...
Entro. Fixo meu olhar  no confissionário, e me
ponho a meditar.
Quantos segredos, ali foram revelados, para
esvaziar a consciência do pecado, que algum
dia  praticou.
Quem sabe, ate, crimes que não confessou.
Não há  processos nem denúncias, mas a
sentença é implacável.
No tribunal da penitência, cumpre sua pena, o
pecador.
Meus pensamentos são interrompidos,  pelo
falatório dos sinos, no campanário, batendo forte
e compassado.
É encomendada a alma de alguém que,  naquele
confissionário, já  ajoelhou.
Volto àquela Igreja. 
Parece que o tempo parou... 
Desta vez, felizmente, o sino não tocou, mas o
Padre Gregório, depositário fiel dos pecados, 
nunca  mais rezou...                

2 comentários:

  1. Incrivelmente lindo teu poema, adorei... Meus parabéns. Um abraço do amigo Bicho do Mato.

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  2. Olá, amigo "Bicho do Mato "!
    Este conto é verdadeiro. Não acrescentei absolutamente nada que não tenha acontecido.
    Muito obrigado pela manifestação generosa, que me deixou muito feliz.
    Um fraterno abraço.
    Sinval.

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