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domingo, 2 de setembro de 2012

Conto poético: OBRIGADO, DOUTOR !


Quando garoto, morador da periferia desta Capital,
possuía vários amigos, todos pobres, como eu.
Logo à entrada da rua,  existia uma bela chácara, de
propriedade de uma família, na minha avaliação, muito
rica, pela suntuosidade da  residência, e tamanho da
terra.
Em épocas de frutas, o aroma da carambola madura,
desrespeitando os seus limites territoriais,  invadia a 
humilde vizinhança, acompanhado do canto das cigarras...
Ainda sinto o cheiro gostoso...  e ouço o canto alegre do
"cigarrão",  nos finais de tardes de verão.
Antes, nos pés de frutas.  Hoje, apenas, nos postes de
energia elétrica, pois tudo se  transformou em prédios.
Que pena, ainda  imagino  a rua coberta de amoras,
trazidas pelo vento...
Mas uma história de amor, não sai da minha mente.
Uma  menina, filha daquela família,  era belíssima, meiga,
simpática e humilde.
Diariamente, vinha da escola conversando com a minha
turminha do morro.
Não raramente, ia até sua casa, e trazia algumas fritas,
presenteando os seus colegas pobres.
Um amigo meu,  até vizinho, já na adolescência, começou
olhar para a menina, com  outros interesses.
Aproximações, conversas mais demoradas no portão
daquela casa... e pronto. Estava acesa a fogueira da paixão,
entre dois jovens de classes sociais, inteiramente distintas.
Geraldinho, um rapaz que tinha, como riqueza, a honestidade 
da sua família, e uma esmerada educação.
Dedicado aos estudos, e sempre matriculado em  escolas
públicas.
Como era de se esperar, a família da menina impediu aquele  
namoro.
Cada qual seguiu  o seu  destino.
Claro, ela casou facilmente. Era bonita e educada...
Os anos se passaram.
Geraldinho venceu  as barreiras amargas da pobreza.
Um grande especialista em ortodontia.
Atendeu o filhinho da , então, sua grande paixão na
adolescência.
O  avo da criança, foi  agradecer o belo trabalho realizado
em seu neto, sem saber  que aquele homem era o menino
pobre do morro, e que foi, por ele,  impedido de namorar a
sua filha...

12 comentários:

  1. Uma linda e triste historia, triste por pq infelizmente até hj ainda existe esse preconceito entre classe social. Mas que bom q ele conseguiu vencer por seus próprios méritos.

    bjos, e uma excelente semana

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  2. Oi, Mary !
    Concordo com a tua posição.
    Muito agradecido pela amável presença.
    Desejo-te uma excelente semana.
    Um fraternal abraço,
    Sinval.

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  3. É uma pena que esse preconceito que ainda impede de pessoas serem felizes.
    Espero que um dia não haja mais preconceito de nenhuma espécie.
    Meu marido e eu agradecemos usa visita em nosso blog e seu comentário.

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  4. Oi, Maria Teresa Fheliz Benedito !
    Muito agradecido pela atenção e
    pelo justo comentário.
    Uma boa semana, com saúde e alegria.
    Um fraternal abraço.
    Sinval.

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  5. O mundo dá muitas voltas, amigos ou relações não é bom, descartando o material, sem ver as qualidades. Como hoje nós narrar sua história. É uma pena.
    Eu gostei, muito interessante.
    Abrace do México.

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    1. Oi, Sara O. Durán ( México ).
      Verdade, tuas afirmações.
      Sinto-me honrado com tua visita.
      Queira aceitar um carinhoso abraço,
      aqui do Brasil.
      Sinval.

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  6. Linda história..mas como diz o ditado: este mundo dá muitas voltas!! Uma boa e alegre semana prá você meu amigo Sinval. Beijos!!

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    Respostas
    1. Sinval.

      Oi, Eu... Suzana !
      Obrigado pela atenção e pela
      manifestação, sempre apropriada.
      Quanto ao conto, é 100% verídico.
      Um caloroso carinho, minha amiga.
      Sinval.

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  7. OI SINVAL!
    GOSTEI, ATÉ POR SABER QUE A VIDA PREGA PEÇAS NAS PESSOAS E QUE CLASSES SOCIAIS IMPEDIRAM MUITA GENTE DE SER FELIZ, MAS ACHO QUE HOJE EM DIA, OS JOVENS SE EQUIPARARAM, DEVIDO AS OPORTUNIDADES E ESTAS COISAS ACONTECEM MENOS NÉ?
    ABRÇS

    zilanicelia.blogspot.com.br/
    Click AQUI

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    1. Oi, Zilani Célia, amiga !
      É verdade.
      Meu amigo, felizmente, superou todo o
      sofrimento, e é, hoje, um gigantesco homem.
      Fico muito grato pela manifestação, sempre
      amável.
      Sinval.

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  8. Belo e verdadeiro o seu texto,pois nos dias atuais ainda vemos gente classificando gente.Por isso reafirmo que só o amor é real. Um grande abraço!

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  9. Oi, Marli Terezinha Andrucho Boldori !
    Concordo, plenamente, com as tuas
    afirmações.
    Muito agradecido pela gentil presençaa.
    Um fraternal abraço, e uma boa noite.
    Sinval.

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Querido leitor...seu comentário é muito importante para mim. Obrigado.