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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Conto poético: O VENTO POR TESTEMUNHA


Era um final de tarde de primavera.
Um vento fresco, soprava da terra para o mar.
As águas do Atlântico, permaneciam calmas.
Somente o fluxo, e o refluxo  da maré, mexiam
com as  cristalinas areias, que aos meus pés
repousavam.
As gaivotas, em vôos rasantes, faziam-me
companhia e, vez por outra, pousavam próximas,
gargalhando estridentemente.
O vento soprava forte, levantando a areia seca
das dunas, devolvendo-as ao mar.
Encontro marcado.
Espero  por aquela mulher.
A praia, completamente deserta, me permite
avistá-la ao longe.
Caminha rápido, como querendo por fim a um
pesadelo, ou tomar uma séria decisão.
Agora, pela proximidade, tenho a confirmação.
É ela.
Como sempre, bela e atraente.
O vento cola o seu  leve  vestido amarelo, ao
divino corpo, transferindo o restante à
imaginação do expectador.
Seus cabelos negros, longos e  esvoaçantes,
quase me tocando,  permitem que  eu sinta o
seu perfume de rosas.
Com os olhos mareados de tristeza, e a voz
trêmula, embargada pela emoção, me disse
"adeus".
Nada mais conseguiu falar.
Num gesto de submissão,  baixou os olhos
e  se afastou, para sempre...
Paralisado, acompanhei  a sua caminhada,
até  onde meus olhos conseguiram enxergar.
E as gaivotas, que a tudo assistiram, não
param de gargalhar.
 
 
 

4 comentários:

  1. lindo texto poético...não esperava o triste adeus.
    Um abraço

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    Respostas
    1. Oi, minha querida amiga,
      Guaraciaba Perides !
      A linda mulher se foi, mas nutriu,
      até onde foi possivel, meu coração
      com muito amor... Sou muito grato.
      Um carinhoso abraço, amiga.
      Sinval.

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  2. Respostas
    1. Oi, amiga "sofiaaurora" !
      Obrigado pela doce e carinhosa
      manifestação.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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