Não são doces, nem salgadas.
São amargas, sem perfume, eu sei.
Tem o cheiro do horror, o grito de quem partiu, o
choro de quem ficou.
Lembram fé e sofrimento, mas amparam a esperança,
e, também, o amor.
Servem de consolo aos desesperados.
Na tempestade de pavor, sobrepujam a dor.
Os gritos, silenciados pelas paredes da imprudência,
já estão à procura de clemência.
Até o filho de Maria, diante de tamanho flagelo, chorou.
Os filhos de Santa Maria, jamais esquecerão.
O mundo chora esta profunda dor.
Agora, se escuta na madrugada, um coral de vozes bem
afinadas, selecionadas entre os mais belos jovens,
cantando no alto das verdes montanhas, músicas para
uma mocidade alegre e feliz.
Brinda-se, na taça da saudade, o respeito às lágrimas de
quem não "Kiss" partir.
Em minhas orações, volto os olhos ao céu.
Não entendo.
Está pintado de vermelho !
Não era hora do pôr do sol...
Eles só queriam cantar... na terra abençoada de Santa Maria