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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

conto poético: LÁGRIMAS DE POETA


 
É  uma bela  tarde de verão.
O sol se pondo por trás das distantes montanhas,
disputa  o visual, indescritível, com a imensidão
do Oceano Atlântico.
No céu, nenhuma nuvem. 
Uma brisa fresca  sopra do mar para  a terra,
parecendo  avisar  que a noite se  aproxima.
Os pássaros, apressados, passam em revoada,
aproveitando os últimos raios solares que,
preguiçosos, já estão se deitando diante dos meus
olhos.
Não posso  deixar de prestar atenção, num homem
solitário, sentado  bem próximo de onde me
encontro.
Seu olhar parece perdido na vastidão das águas.
Imóvel,  congelado em pleno verão.
Escuto  soluços,  me parecendo recadeiros  de uma
profunda dor.
Discretamente, observo em sua face  incontidas
lágrimas,  percorrendo profundos sulcos  que o tempo,
impiedosamente, esculpiu.
Envergonhado,  tenta  esconde-las,  para que, sua
tristeza, ninguém  possa  ver.
Dado a proximidade,  ofereço-lhe ajuda.
Sim, é dor. 
Uma profunda dor na alma... Não consegue conciliar
suas emoções.
Sente  falta dos seus filhos.  Cresceram,  abandonaram  
o ninho.
Sente falta dos seus pais. Partiram, para nunca mais
voltar.
A mulher que mais amou, o abandonou.
A cidade cresceu, ninguém o reconhece...
Hoje, é somente um número, na relação cruel da vida.
Está só, com as suas lembranças.
É um poeta,  confessou-me.
Claro, só poderia ser !
 
 
 

13 comentários:

  1. A vida é assim. Crescemos e seguimos a caminhada, mas encontramos tantas coisas opostas quando os pais partem e a esposa nos deixa sós.
    Parece-me um lamento muito comum por estes lados...

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    1. Olá amigo, luís rodrigues coelho coelho !
      Fico muito grato e feliz, com a tua honrosa
      presença, e comentário.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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  2. Passei por aqui, gostei do espaço, e fiquei.
    Beijo.
    Ana

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    1. Oi, querida Ana Oliveira !
      Obrigado por tua presença,
      e registro. Fico muito feliz.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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  3. Bem inspirado...uma bela história a partir da escultura.
    Um abraço

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    1. Oi, minha querida amiga,
      Guaraciaba Perides !
      Muito agradecido.
      Fico muito honrado com
      o teu amável registro.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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  4. Feliz de quem finda seus dias terrenos na companhia dos entes queridos.Muitos por motivos vários terminam sozinhos apenas com essa nostalgia apresentada na sua poesia.
    Um abraço meu,

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    1. Oi, querida Bergilde !
      Concordo plenamente. Conheço
      vários. Muito agradecido pela
      amável atenção.
      Um carinhooso abraço.
      Sinval.

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  5. Os maiores poetas são os que veem do escuro, os céus iluminados! abraços

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    1. Olá, prezado amigo, Ives !
      Sábia interpretação.
      Fico grato pelo registro,
      e feliz com tua presença.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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  6. Oi, querida Nita !
    Seja muito bem vinda. Fico honrdo
    com tua amável presença, e
    orgulhoso em te receber como
    seguidora.
    Muito agradecido.
    Sinval.

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  7. Olá, Sinval, boa tarde!

    Vi seu Blog na Agenda dos Blogs, adorei sua página, muito criativa e tô seguindo.

    http://reginaldosilvajr.blogspot.com.br/


    Abraços!

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  8. Olá, Reginaldo Silva !
    Seja muito bem vindo, duplamente.
    Fico honrado e agradecido.
    Um fraterno abraço, e um ótimo
    fim de semana.
    Sinval.

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Querido leitor...seu comentário é muito importante para mim. Obrigado.