Esta história ocorreu na década de 1980.
Como pano de fundo, a graciosa e tradicional "Cinelândia", na Cidade do Rio de Janeiro. Ponto de convergência da cultura cinematográfica, de artistas de rua, música, dança, teatro, e tudo mais.
Rival, é uma destas casas que primam pelo "teatro revista."
Excelentes atores e atrizes que, por lá, tive a feliz oportunidade de assisti-los.
Num desses shows, já em cartaz por muitos meses, uma bela e habilidosa dançarina despertou, em meu colega de trabalho, uma selvagem paixão.
Que tristeza ! Não falava em outra coisa.
Tornava-se, até, inconveniente pela insistência da conversa.
Reconheço, a moça era exuberante, dançava divinamente, e se destacava no elenco, também, pela simpatia.
Assistiu, ao mesmo espetáculo, dezenas de vezes.
Certo dia, o encorajei a manter contato com sua musa, pois tudo isto já estava se tornando uma perigosa obsessão. Combinado.
Aguardou a moça na porta principal do teatro, e tentou entregar-lhe um bilhete, mas foi impedido por um brutamonte segurança.
A opção foi subornar o gigante, usando-o como mensageiro. Deu certo.
No bilhete, confessou toda a sua paixão, e pediu a humilde oportunidade
de poder falar-lhe, por alguns segundos, pelo menos.
Educadamente, ela consentiu em recebe-lo no saguão do hotel, em que o elenco estava hospedado.
Dia e hora marcados.
Meu amigo, quase enlouquecido, todo bem arrumado, apanhou um taxi e, para Copacabana, se dirigiu.
Palavras na ponta da língua. Estaria diante da mulher dos seus sonhos, e pesadelos também.
Um lindo ramalhete de rosas vermelhas, completaria a declaração daquela vulcânica paixão.
Eu o acompanhei, a seu pedido, mas ficaria de longe, para o caso de uma eventual emergência.
A moça é pontual. Chegou no horário marcado.
Vestido branco e longo, sapatos altos, sorriso franco e encantador, combinando com um par de olhos verdes, lembrando os mares da minha terra.
Apresentou-se como "Cari", seu verdadeiro nome.
Meu amigo perdeu a voz, chamando-me por um aceno de cabeça.
Apresentei-me, pedi desculpas pelo incidente, e expliquei-lhe tudo o que podia.
Ouviu-me atenciosa, e educadamente.
Era de uma ternura, hoje entendo, privativa de uma magnífica artista.
Ou de um magnífico artista...
"Cari", era o nome artístico de Carlos Ribeiro ...
um ator perfeito, deslumbrante...
Meu amigo entrou mudo, e calou-se, para sempre... traumatizado.
Olá amigo, bem... qualquer pessoa ficava sem palavras. Coitado! Que decepção. Gostei a sua história. Beijos com carinho
ResponderExcluirOi, "Roseira Branca" !
ResponderExcluirSeja muito bem vinda. Fico honrado
em te ver no quadro de seguidores
deste blog. Muito grato, mesmo.
Um carinhoso abraço, e um ótimo
domingo.
Sinval.
Um conto, ou história ou até verdade
ResponderExcluirmas triste para esse moço tão apaixonado
Deu dó do pobre homem, a paixão era tanta que nem percebeu
a diferença
Abraços de bom final de tarde
Bjuss
Rita!!!
Oi amiga, Rita !
ExcluirEste conto é 100% verídico.
A "moça" era perfeita...
Muito grato pela carinhosa
atenção, e uma ótima semana,
querida. Um fraterno abraço.
Sinval.
Da mesma forma ao ir lendo, me empolguei e criei espectativa. Torci por ele. Da mesma forma diante de tal revelação não tenho o que dizer.
ResponderExcluirOlá, amigo "5n3v35" !
ExcluirVivenciei, bem de perto, esta
história. Foi emocionante !
Muito grato, e um ótimo início
de semana. Um fraterno abraço.
Sinval.
Ô vida!...para onde foi a paixão?
ResponderExcluirUm abraço
Oi, querida amiga,
ExcluirGuaraciaba Perides !
É verdade... Não há palavras
de consolo, numa situação como
esta... e verídica, 100%.
Um carinhoso abraço, e muito
agradecido.
Sinval.
SINVAL História bem contada, digna do memorial de quem a viveu. Segundo julgo saber, um bom transformista consegue esganar bem quem não cuida de se precaver. Foi o que aconteceu. DANIEL MILAGRE - http://danielmilagre.blogspot.pt/
ResponderExcluirOlá, DANIEL MILAGRE "Anônimo"!
ResponderExcluirRealmente, tens toda razão.
A "figura" era um artista de
primeira grandeza...
Muito grato pelo registro, e
alerta, amigo. Um fraterno
abraço.
Sinval.
Triste amigo mío, suele suceder...
ResponderExcluirUn abrazo.
Oi, amiga Soledad del Sol !
ResponderExcluirRealmente, foi muito sofrimento.
Muito agradecido, querida, pela
atenção. Fico feliz !
Um carinhoso abraço, aqui do
Brasil.
Sinval.
Então?
ResponderExcluirQue fial triste podia ao menos ter tido o final da dama e cavalheiro...são mesmo uma delicia de se ler, faz-nos transportar pelas montanhas cobertas de neve, simplesmente maravilhoso.
Beijinhos de luz e muita paz.