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domingo, 2 de março de 2014

Conto poético: 60 ANOS APÓS


 
Fui testemunha de um reencontro de profundos
sentimentos, entre dois seres muito especiais.
Sentado no "Jardim dos Poetas," um recanto
belo e apropriado para as reminiscências  da
vida, meu colega  de trabalho,  respeitável
homem, vinculado à cultura do meu Estado,
fez-me um desabafo, seguido de um pedido.
"Amei uma mulher, quando jovem e residente
na Cidade do Rio de Janeiro, como jamais amei
qualquer outra, em toda a minha vida.
Por questões de oposição, e obediência familiar,
não foi possível prosperar aquele relacionamento.
Meu Deus, como me sinto culpado, por tanta
fraqueza, quem sabe, até covardia !
Agora, meu amigo, o tempo que já passou, para
ambos, sem oposição, e sem opinião paralela,
preparou-me, quase que teatralmente, um
reencontro com aquela mulher.
Seu nome é Ivana. Não a vejo faz, pelo menos,
uns 60 anos.
Já está nesta Cidade, desde o início da tarde
de hoje,  fazendo parte do elenco de  uma
companhia de teatro.
Ela é uma grande atriz !
Foi nos palcos de teatro de revista, na Cinelândia,
que a conheci.
Explica-se, neste ponto, o preconceito que sofri,
da minha família, naquela época.
Casar com uma atriz de teatro de revista... Jamais
conseguiria  permissão."
Neste exato momento, o relato  foi interrompido,
pelo segurança daquela Fundação Cultural,
anunciando que uma senhora gostaria de falar
com o Senhor Evangelista...
Adentra, aquele ambiente,  Ivana.
Entreolharam-se, demoradamente e, além  de
um abraço  prolongado, cascatas de lágrimas, e
soluços incontidos, nada conseguiram falar, por
longos minutos...
Pediu-me, apenas, que escrevesse esta história,
com o título " Sessenta Anos Após".
Retirei-me daquele ambiente... emocionado, e muito
revoltado.
Agora, compreendo o seu jeito triste de viver...
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Caro Sinval espero que o tempo que permitiu este reencontro tenha também favorecido o reatamento de um amor ,agora maduro, sem interferências aleatórias...Nunca se esquece um amor que não foi consumado...Bela história , a vida com suas tintas fortes! Abraços.

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  2. Oi, querida amiga, Claudete !
    Conheci, muito bem, este homem.
    Sempre de olhar triste, pensativo...
    Hoje compreendo os motivos, todos
    restritos a um amor não resolvido.
    Muito grato pela atenção.
    Um carinhoso abraço.
    Sinval.

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