Sentado à frente da Catedral, da minha querida Cidade,
observava o cotidiano.
Pessoas apressadas, outras nem tanto, caminhando em
direções opostas, ou não.
Na multidão, apenas uma chamou a minha atenção.
Parecia cansada.
Varreu ao redor da Praça XV de Novembro, as folhas
mortas que o outono, caprichoso, retirou das ramagens.
Fez do seu carrinho de coleta de lixo, a mesa para apoiar
um pequeno, e humilde lanche.
Parecia delicioso, pois a fome devia ser grande, maior
que o seu bocado.
Era uma Senhora, funcionária da limpeza pública, uma
"gari " !
Quem será aquela mulher ?
Aproximei-me e, após cumprimenta-la, estendi uma
conversa de curioso.
Provocada, disse-me:
" Limpo, esta área, há uns doze anos, ou pouco mais.
Conheço cada pedra deste caminho, identifico as
folhas das árvores, embora já soltas no chão,
vítimas do vento, e da estação.
Ajudam-me entender o meu fracasso.
Por ciúme doentio, cometi uma terrível injustiça,
acusando, sem fundamento, quem mais amei nesta
vida.
Como resultado, perdi meu grande amor...
Vejo-o, diariamente, passando por aqui, muito bem
cuidado, dirigindo-se ao Museu Cruz e Sousa, onde
trabalha.
Escondo-me atrás destas árvores, para que não me
veja. Sinto vergonha do que fiz.
No ano passado, jogou na lixeira alguns papéis usados.
Sabe moço, eu os recolhi, e guardo comigo para sentir
o cheiro das suas mãos...
Acha que estou louca ?
Todo final de expediente, subo aquela escadaria, e vou
à Igreja rezar, pedindo a Deus que me perdoe, e que
faça aquele homem muito feliz. "
Enquanto as lágrimas rolavam em sua face, causticada
pelo sol, rebusquei palavras para consola-la.
Encontrei, somente, um afetuoso abraço de compreensão,
e piedade.
Aceitou com extrema emoção.
Muito lindo! adorei..verdadeiramente intenso,abraços...
ResponderExcluirDeixo aqui o meu endereço quando puder, visita-me...
http://magdadefarias.blogspot.com.br/
Oi, querida amiga, Magda Farias !
ResponderExcluirMuito agradecido pela generosidade, e
atenção ao texto. Fiquei muito feliz !
Estou indo ao teu blog, sim.
Um carinhoso abraço.
Sinval.
Um personagem do cotidiano de todos nós que pelo mesmo esbarramos e sequer lhe damos um bom dia! Tem suas dores, suas fantasias, suas carências e sonhos como todos nós... Instigante o seu conto. Reflexão de vida.
ResponderExcluirAbraços.
Oi, querida amiga, Célia Rangel !
ExcluirÉ bem verdade, tudo o que afirmas.
Fico agradecido por tua amável visita,
e carinhoso comentário.
Um fraterno abraço, aqui do brasil.
Sinval.
Muito bom e emocionante. Um conto que podia ser de qualquer de nós.
ResponderExcluirÀs vezes a vida é que é injusta porque não nos impede de fazer algo de que nos arrependeremos.
Abraço.
Oi, querida Poetisa, Graça Pires !
ExcluirDeveria haver um freio inconsciente, em
nossas emoções...
Tens toda razão, amiga.
Muito agradecido por tua atenção, e um
carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Feliz domingo.
Sinval.
Olá Sinval, boa noite! Cá estou para agradecer sua delicada visita lá no meu recanto. saiba que ela me deixou imensamente feliz...
ResponderExcluirEscrita verdadeira e bela. Quando deixamos o ciume e a impulsividade tomar conta de nossas atitudes, quase com certeza a tristeza e o arrependimento logo batem a nossa porta. Isso é muito triste.
Abraços com carinho
Marilene
Oi, querida amiga, Marilene Domingues !
ResponderExcluirTuas palavras são sensatas. É um sentimento
muito perigoso, o ciúme. Nefasto à saúde de
um relacionamento. Destruidor.
Teu blog é lindo !
Muito agradecido, por esta honrosa atenção.
Uma feliz semana, e um fraterno abraço.
Sinval.
Adorei sua página,parabéns!!!
ResponderExcluirdesejo que continues a escrever com esta sabedoria...
deixo meu abraço...
feliz final de semana!
Zil
Adorei sua página,parabéns!!!
ResponderExcluirdesejo que continues a escrever com esta sabedoria...
deixo meu abraço...
feliz final de semana!
Zil