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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Conto poético: VOLTEI, PARA PEDIR PERDÃO


Sentado à frente da bela Igreja de Santo Antônio
dos Anjos, na minha querida Laguna, um velho
homem conversava consigo mesmo.
Sua voz estava tão alta, que me permitia, sem
esforço, ouvi-lo.
Dizia, com  os olhos transbordando de lágrimas:
"  Quando menino, frequentava esta Igreja.
Era a minha segunda casa.
Admirava a abnegação dos sacerdotes, e a fé deste
povo, tão puro !
Sonhava  em ser um deles.
Não um padre, mas um santo, para ajudar a
humanidade ser mais feliz.
Prometi, aos pés do Criador, só praticar virtudes.
Sonhos de criança !
Não sou, apenas, um pecador, mas fui um  grande
predador.
Não vou mais ao confessionário, pois sentiria
vergonha  em declinar os pecados que cometi,
por este mundo afora."
Levantou-se e, em passos lentos, dirigiu-se aquele
Templo, sumindo na fria e silenciosa penumbra do
seu interior.
Entendo o seu sofrimento.
Deve ser doloroso não compreender  que,  no
decorrer da  vida, nos transformamos em várias
pessoas, para melhor, ou para pior.
E somente a um  tribunal,  é  atribuído o  direito de
julgar esta escalada.
No campanário, dobravam os sinos sem parar,
parecendo reconhecer um filho que acabara de
retornar.
Ao sair do Templo, com as feições mais serenas,
perguntou-me quem era eu.
Respondi-lhe, apenas, com um profundo e
silencioso olhar:
Sou a tua consciência, que te exigiu voltar, para
pedir perdão.

10 comentários:

  1. Triste condição humana que sonha e que projecta promessas futuras,mas que tudo isso não passa de sonhos baratos.
    Afinal ninguém é perfeito.

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    1. Olá, amigo, luís rodrigues coelho coelho !
      Realmente, e passa a gestar frustrações, por
      não conseguir realiza-los.
      Muito grato pela atenção, e honrosa presença.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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  2. Sinval, obrigada por tuas palavras de carinho lá no Prosas Poéticas! Teu Coração Tagarela é tão lindo que terei que voltar com calminha para dialogar com ele.
    Um bom dia!
    Bjs

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    1. Oi, amiga Vanuza Pantaleão !
      Fico muito honrado com o teu retorno,
      e carinhosa atenção.
      Muito agradecido, querida.
      Um fraterno abraço, e uma boa noite.
      Sinval.


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  3. A inspiração fugiu de mim, por isso estive ausente por uns dias...
    Sei que tenho muitas visitas a fazer e pretendo rever com calma todos os blogs que amo.
    Por enquanto, passando para justificar a minha ausência por aqui.

    Beijos
    Ani

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    1. Querida amiga, Ani Braga !
      Compreendo perfeitamente, pois
      acontece com todos. Essa inspiração,
      depois, chega cheia de saudade.
      Muito agradecido pela carinhosa atenção.
      Um afetuoso abraço, e uma boa noite.
      Sinval.

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  4. Olá, Sinval
    Diria eu (se pudesse) ao homem que tem vergonha de se ajoelhar num confessionário: não tema estar diante de Deus pois Ele lhe ama incondicionalmente... Lindo texto com profunda mensagem!!!
    Obrigado por me prestigiar no Prosa poética do Viviane...
    Seja abençoado e feliz!!!
    Abraços fraternos

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  5. Oi, amiga Roselia Bezerra !
    Fico muito honrado com tua presença,
    e agradeço a pronta atenção. Visitar o
    teu trabalho, no " Vendedor de Ilusão"
    foi, para mim, um privilégio ler o teu
    lindo texto.
    Muito agradecido, querida, e uma
    boa noite.
    Sinval.
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  6. Somos humanos cheios de fragilidades. A consciência às vezes dá-nos um alerta, mas nem sempre a ouvimos...
    Gostei do seu poema narrativo e cheio de sentimento.
    Um beijo, amigo.

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    1. Oi, querida amiga, Graça Pires !
      Muito agradecido pelo comentário.
      Fico muito honrado.
      Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
      Sinval.

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