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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Poema: EU E O VENTO

 

 
Ruidoso e invisível, mas chega de mansinho para
me visitar.
A mata se rende, reverenciando seu jeito de
amar.
Por onde passa, fecha as portas, põe ao chão
as folhas mortas, carrega o perfume das flores,
desalinha os cabelos da mulher.
É o meu recadeiro !
Traz, de longe, as mensagens  de tudo o que
amo,  leva  embora os meus desenganos,
deixando o sorriso dela.
Dança com as cortinas do meu quarto, tira a
poeira do retrato, só para me ver feliz.
Deixa, em minha cama, o gostoso cheiro dela e,
ao sair, fecha a porta e a janela, para ninguém
mais entrar.
Nas madrugadas, solitário e com saudade do meu
amor, canta e assobia, como um seresteiro vadio,
para me fazer companhia, até o galo cantar, ao
raiar do dia !
Em alto mar, na  hora da pescaria, enche as velas
de alegria, para fazer sorrir o meu apaixonado
coração !
Já cansado, e todo molhado, estendo as roupas
no varal, e a esteira  de palha seca, no quintal.
Lavo as mãos na gamela, o peixe cozinhando
na panela, e com o vento me abanando, vou sonhar
com ela ! 
 
 
 

8 comentários:

  1. Amei seu poema, Sinval, pois eu adoro o vento. Meu signo é do ar (Libra).
    Linda a ilustração!
    Abraços, e boa semana!

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  2. Oi, querida amiga, Ana Bailume !
    E eu fico muito honrado e feliz, com tua
    presença e comentário. Muito agradecido,
    e um carinhoso abraço.
    Sinval.

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  3. Que lindo poema, Sinval! O vento é sempre uma bela companhia e bem inspirador aos poetas.

    Forte abraço!

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    1. Oi, Lu Nogfer !
      Também tenho a mesma opinião.
      Parece que o danado fala com a gente...
      traz recados, assobia canções !
      Muito grato pela presença, e carinhoso
      comentário, querida.
      Um fraterno abraço.
      Sinval.

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  4. Que belo poema em prosa em que você mostrou os atributos do vento que traz e leva, que chega e sai na rapidez de um olhar, que move e remove nossos "bolores mentais"... É essencialmente renovador!
    Abraço.

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    Respostas
    1. Querida amiga, Célia Rangel !
      São verdadeiras as tuas observações.
      O vento, este renovador de ambiente,
      faz tudo isto, e até mexe com os nossos
      sentimentos.
      Muito agradecido por toda esta atenção.
      Um carinhoso abraço.
      Sinval.

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  5. Gostei muito do poema e me encantei com as rimas da última estrofe: "Lavo as mãos na gamela, o peixe cozinhando
    na panela, e com o vento me abanando, vou sonhar
    com ela!"
    Foste brilhante, parabéns pela criatividade e sensibilidade poética.
    Abraço.

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    1. Amigo, " Vendedor de Ilusão" !
      Tua atenção, destacada visita, e honroso
      comentário, deixam-me emocionado.
      Fico muito agradecido.
      Um fraterno abraço, e um excelente dia !
      Sinval.

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