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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Conto poético: O CORTIÇO



Era um velho casarão.
Paredes pela metade, sem portas, e
telhado sem forro.
Divisão de espaço, apenas  para 
demarcação.
Sem privacidade, sem higiene, sem 
tudo...
Sobreviver, naquelas condições, era um 
covarde desafio.
Muitas famílias, todas miseravelmente 
pobres, lá  viveram e  em harmonia, talvez 
unidas pelo sofrimento, quem sabe pelo   
respeito ou medo.
Era um  " cortiço ", pouco melhor que uma estrebaria.
Voltei  aquele lugar  para conferir, mas já não existe.
Uma suntuosa " residência de dois  andares ",
me surpreendeu.
Um luxuoso automóvel, com crianças bem
cuidadas... que contraste !
Lembrei-me, então, dos amigos que 
viveram naquele pardieiro, e  por onde 
poderiam andar... fazendo o que ?
Indaguei  de um velho homem, que 
também conheceu aquela  " vergonha ",
sobre o destino de alguns moradores.
Para  minha surpresa, disse-me que
todos sentem muito orgulho de haverem
sido moradores daquela velha casa, e 
se  tratam como  irmãos e que houve
muita prosperidade entre eles.
Disse-me, mais:
"  A  falta de tudo,  trouxe fartura de amor. 
Virou uma só família,  muito forte ! "
Fiquei feliz com a notícia !
 
Sinval Santos da Silveira







2 comentários:

  1. Comovente essa família que tendo vivido no "velho casarão" soube transformar tudo o que não tinha em amor... Muito belo, amigo Sinval.
    Um beijo, daqui de Portugal.

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  2. Oi, Amiga, Graça Pires !
    Conheci alguns daqueles meninos,
    meus amigos na infância.
    Muito grato pela costumeira atenção.
    Um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
    Sinval.

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