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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Conto poético: BENDITO NEVOEIRO


Estou envolvido por um denso nevoeiro,
turvando a luz do meu  caminho, e mudando 
a vida da minha Cidade.
A noite fica fria,  parecendo  congelar as 
minhas entranhas.
Ate os cães vadios sumiram das ruas !
As moças, tão bonitas de saias curtas, como
que por encanto, se mudaram dos pontos
  de encontros, onde conquistavam seus brotos.
Mas,  hoje é sábado e o baile, tão esperado,  
já começou  lá no outro lado da praça. 
A viola de doze cordas, tagarela e afinada,
não  para de tanger.
O violeiro desliza os  dedos  sobre os 
trastes e, como se não bastasse,  desafia
o som do pandeiro,  chamando  para a roda  
o valente sanfoneiro !
Só  não consegue dissipar o nevoeiro. 
O " arrasta pé"  não tem hora para acabar, 
atravessa a  madrugada, indo até o dia 
raiar !
As mães, desconfiadas, ficam sentadas nos
bancos, a noite inteira, cuidando das filhas namoradeiras.
Os rapazes, safados e faceiros, oferecem
 bebidas às  olheiras, querendo sua confiança
conquistar.
E lá fora, o  bendito  nevoeiro tudo encobrirá,
assim que  o próximo baile começar !
 
Sinval Santos da Silveira










10 comentários:

  1. Gostei o nevoeiro dá medo mas tem algo bonito atrás desse mistério.

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    1. Oi, Bell, querida amiga !
      Boa noite.
      Também vejo, assim.
      Transforma tudo num denso mistério.
      Muito agradecido pela atenção, querida.
      Um carinhoso abraço.
      Sinval.

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  2. Retrato de muitas realidades brasileiras!
    Abraço

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    1. Ninha querida amiga, Célia Rangel !
      Presenciei tudo isto, por muto tempo.
      Até o nevoeiro...
      Fico agradecido por tua costumeira
      atenção, e desejo que tenhas uma boa
      noite, com um fraternal abraço.
      Sinval.

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  3. A névoa do tempo esconde um baile antigo de algum lugar do passado...lindo!
    Um abraço

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    1. Ah... Professora, Guaraciaba Perides !
      Com que honra e saudade registro o teu
      comentário, sempre muito oportuno.
      Fico, deveras, feliz e agradecido,
      amiga !
      Um abraço fraternal de boa noite.
      Sinval.



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  4. O nevoeiro é apenas uma cortina, logo aparece o sol... e assim sucessivamente. Manobras da vida, da realidade.
    Muito bonito!
    beijo, amigo!

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    1. Oi amiga, Taís Luso !
      Estas coisas encerram lembranças muito
      fortes. Tudo mudou. São outros tempos.
      Somente o nevoeiro não mudou.
      Obrigado, querida, pela presença e amável registro.
      Um carinhoso abraço.
      Sinval.

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  5. O nevoeiro a encobrir o que se pode e não pode ver... As mães bem podem ficar vigiando... Muito belo o seu poema tão claro apesar da névoa.
    Um beijo, meu amigo Sinval.

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  6. Querida Poetisa, Graça Pires !
    Sinto-me, agora, envolto, não pelo
    nevoeiro, denso e frio, mas acolhido
    pelo calor da tua costumeira atenção.
    Muito grato, Amiga, e Um caloroso
    abraço, aqui do Brasil.
    Sinval.

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