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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Poema: RAÍZES EM BROTAÇÃO




Eram sentimentos sepultados nas
profundezas do esquecimento.
Como raízes, sem  luz  e sem vida,
testemunhas  da  história,  que nem o
tempo se atreve apagar.
Latentes,  trazem lampejos de lembranças,
querendo transformar em esperança, o 
renascimento da felicidade  cor do céu.
Seus olhos brilham, bate forte o coração,
sob  a alvura e o perfume da cerejeira 
em flor.  
Declara,  com profunda ternura, todo o 
seu amor !
Rolam as lágrimas pela face, emergindo 
do esquecimento, enlaçadas pela emoção.
São segredos,  coisas proibidas pelo 
silêncio da  vida,  vozes sufocadas e
comprometidas.
Rebelde, aproximo-me do precipício, 
para  vencer  o perigo e o medo.
Tento resgatar a felicidade perdida...
Em euforia, ouço gritos de alegria,  vejo 
raízes em brotação !
 
Sinval Santos da Silveira

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Conto poético:: A SEREIA MION



Caminho por esta praia, quase deserta.
A água morna  lava os meus pés, e me 
transporta para  momentos felizes que vivi !
Só não estão presentes as pétalas 
de rosas amarelas, e  um 
certo rosto que conheci...
Aguardo, nas escarpas perigosas do costão,
a chegada da mais linda mulher  da minha 
vida,  a sereia Mion !
Morena, quase selvagem, que pelos meus 
versos se apaixonou.
Senta-se ao meu lado, conta histórias do
fundo do mar, enquanto acaricio os seus lindos
 cabelos negros, e beijo as belas sobrancelhas.
Sua beleza só é comparável à leveza do seu
 corpo, flutuando nas  ondas azuis do mar.
Perguntou-me por  que  as pessoas que vivem 
na terra, não acreditam na existência  de 
sereias ?
Não são peixes, são mulheres !
Respondi-lhe que por egoísmo,  falta 
de  amor 
ou  por inveja da sua  beleza !
Mas que os poetas creem, sim.
Falou-me de um pescador que não merece o 
seu amor.
Copiosamente, chorou...
Hoje, ela  habita  as profundezas 
do meu coração,  cuidando dos 
meus poemas e 
desta  doce  imaginação !
 
Sinval Santos da Silveira










quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Poema: INOCÊNCIA POÉTICA


Deixa-me sonhar !
Não quero mais  estar  abraçado à  realidade.
Viverei o  inefável, tão simples e amável, que 
me levará nos  braços  do vento, às profundezas 
do pensamento,  com destino à imaginação.
Não sufoca os meus gritos, são gemidos da 
alma,  dores partindo, indo embora !
Busco, na  beleza da fantasia,  a voz do infinito, 
o silêncio  do trovão.
Ouço  passos caminhando nas nuvens.
São as minhas pandorgas que, na  infância, deixei 
empinadas no céu, pedindo  socorro à criança que
 ainda existe em mim.
São estrelas, barrelotes e papagaios, construídos
 com  o amor da  inocência.
Não me abandonaram, ainda estão no ar
alimentando  os meus sonhos.
Verdadeiros anjos da guarda !
Em noites prateadas,  bailam por toda a
madrugada,  chorando de saudade, chamando por mim.
Meus sonhos alados, testemunhas do pecado,
de quem  esqueceu  as inocentes fantasias , lá 
no céu !
Vou resgata-las, uma a uma, ainda que
 desbotadas e rasgadas pelo vento.
Em cada qual, uma linda história  que nem 
mesmo o tempo conseguiu  apagar.



Sinval Santos da Silveira




quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Poema: OS PRIMATAS


Densa  folhagem !
O perfume das flores se confunde com 
o  aroma doce  das frutas.
São  silvestres e cultivadas, vivendo em 
perfeita harmonia.
Os pássaros  servem-se do farto banquete, 
em alegre cantoria !
Repentinamente, sons diferentes...
Assobios  e gargalhadas,  no meio da  
mata, completam  o  lindo espetáculo.
São  primatas, exibidos e inteligentes,
querendo comigo se comunicar.
Não entendo o seu linguajar, mas tento
compreender a sua mímica, graciosa e 
comovente.
Um olhar inocente, repleto de ternura, 
parecendo pedir licença para  compartilhar
daquela fartura.
Peço perdão, mas não  entendo tanta
educação, e minha consciência fala por
mim:
" És tão puro,  alegre e não fazes mal a   ninguém !
E eu, o que sou ?
Sinto vergonha de olhar nos teus olhos 
inocentes. Posso te machucar.
Não imaginas o que fiz com o teu meio
ambiente...
Sirva-te à vontade, prezado ser do meu 
reino !
Tudo, aqui,  sempre foi teu !
O intruso, sou eu.  "
 
Sinval Santos da Silveira