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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Conto Poético: OS PORÕES DO INFERNO


Quartos escuros, abafados.
Portas e janelas trancadas.
Desconforto. Sair, só morto.
Gente, muita gente. 
Higiene, nem pensar. 
Odor,  insuportável...
Vidas humanas em risco.
Gritos na madrugada, pesadelos sem fim.
Consciências culpadas, arrependimento
tardio.
Olhos  atentos que vigiam dia e noite.
Ameaças sem limites.
É o império do medo.
Gargalhadas  mascaram  a  tristeza.
Sonhar não é permitido,  nem dormir para descansar.
Os porões do inferno residem  naquele 
lugar.
O olheiro, um carcereiro, que não é Deus 
mas é dono da  vida e da  morte, que terá 
muita sorte se vivo sair de lá.
Nenhum amigo fará.
Viverá o restante dos seus dias, contando 
histórias  sem alegria,  esquecido do amor
que reside no lado de  fora...
 
Sinval Santos da Silveira

2 comentários:

  1. Tão triste este poema, meu Amigo Sinval. Triste como a realidade que descreve, o que é terrível. A imagem já diz tanto...
    Uma boa semana.
    Um beijo daqui de Portugal.

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    Respostas
    1. Oi, querida Amiga, Graça Pires !
      Esta é a realidade "nua e crua", pela qual
      passa o sistema penitenciário do meu País.
      Não recupera ninguém e, certamente, só
      agrava a situação social.
      Muito grato e um carinhoso abraço, aqui do
      Brasil.
      Sinval.

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