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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Poema: A Caverna

 
 
Estou só, nesta caverna, com os meus
pensamentos. 
Abriga-me das hostilidades do mundo.
Mesmo de olhos fechados, enxergo tudo 
o que há por aqui.
E somente há o que quero enxergar.
Não há portas, ou janelas,  e nela  dou
entrada a quem  não me molestar.
Pássaros marinhos e o barulho do mar,
podem entrar  sem  me avisar.
São moradores  permanentes !
Há noites em que o ronco do costão não
me deixa dormir.
Mas, aqui, sempre é noite. Não me importo.
Converso com pessoas amáveis e releio, 
nas paredes de pedras, todos os poemas
que  já escrevi.
Até os personagens moram aqui...
Cada qual, me traz profundas recordações
da vida, fora deste lugar.
Somente  os  marsupiais me tiram  a concentração.
São dóceis e gentis !
A revoada dos morcegos, também, é um
espetáculo à parte.
Lembram-me pertencer ao mesmo reino.
Vejo marcas estranhas, deixadas por seres
 inteligentes, artistas, querendo
avisar-me de coisas que não entendo.
Apenas, imagino o que desejo...
Quem sabe, nos próximos milênios, alguém
leia  meus versos nestas paredes,  pelo
menos um  que fale de amor e saudade
desta caverna...



Sinval Santos da Sikveira

8 comentários:

  1. Um poema muito nostálgico a denunciar um estado de alma.
    Mas no entanto denota esperança e isso é muito bom.
    Gostei de o ler.
    Bom fim de semana.
    Beijinhos
    :)

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    1. Oi, Amiga/Poetisa, Piedade Araújo Sol !
      Fico muito honrado e agradecido com o teu registro.
      Um carinhoso abraço, aqui do Brasil e um
      feliz final de semana.
      Sinval.

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  2. O que chamou muito minha atenção foi exatamente uma caverna cujo habitantes são bem-vindos, nada de humanos, alguns amáveis, escolhidos a dedo. Notei a paz que você descreve, uma paz que não se encontra com facilidade. Em suma, nisso encontrei o que procuramos e não mais encontramos com facilidade, o mundo está de uma forma que queremos fugir, nos proteger, mas deixar nossos vestígios, sem dúvida!
    Bela criação, você falou com o coração, querido amigo, parabéns!
    Beijos, bom fim de semana.

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    1. Amiga/Escritora, Taís Luso !
      Exatamente !
      O mundo real está tão perverso que,
      a cada dia, crio um local privativo
      para as minhas fugas."A caverna" é
      um deles...
      Muito grato pela atenção, querida.
      Uma feliz semana e um carinhoso abraço !

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  3. Fantástico este poema que posso entender como uma alegoria aos Poetas esquecidos, quase ignorados...
    "Releio nas paredes de pedras, todos os poemas que já escrevi". Talvez as pedras os guardem para sempre, meu Amigo Poeta.
    Uma boa semana.
    Beijo daqui de Portugal.

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    1. Minha querida Mestra das letras poeticas,
      Graça Pires !
      Que bela interpretação, homenageando os
      Poetas, acabas de postar.
      Concordo, plenamente. Muito grato e um
      carinhoso abraço, aqui do Brasil.
      Sinval.

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  4. A poesia é muitas vezes uma caverna. Nela o poeta se sente seguro, protegido. Quem quiser entender o poeta precisa ser capaz de entrar de corpo e alma nessa caverna. Muitos não conseguem.

    Abraços

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    1. Querida Amiga, Poetisa/Sônia Brandão !
      Exatamente isto...Precisamos desta
      caverna para o refúgio das nossas
      emoções.
      Muto grato por teu registro.
      Um carinhoso abraço e uma ótima semana !
      Sinval.

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