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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Conto poético: OS VELHOS DA MINHA TERRA



                  

Nesta minha Ilha, raro era se encontrar 
um homem velho.
A  vida terminava cedo, não permitindo o 
envelhecimento.
A tuberculose  e outras  doenças, hoje 
curáveis, foram as responsáveis por  esta
precocidade.
Poucos,  viviam  muito. 
O velho era visto como um "ET", um ser
diferente e difícil de se encontrar. 
50 anos de vida, já estava devendo... ou
procurando vaga em asilo.
Mas, pior do que isto, somente o estigma.
As crianças desobedientes  eram 
advertidas,  ameaçadas com a figura do 
 "velho", temido  mais  que  assombração,
alma do outro mundo.
" À noite, embaixo  da figueira, aparece um 
velho barbudo que vai te pegar".
Que maldade !
Hoje, o velho mudou de  título para idoso.
Foi presenteado com um estatuto, que lhe 
garante  diversos  direitos.
Deixou de ser fantasma e pode viver  por muitos
anos, sem assustar as crianças 
Perdeu o título de  " bicho papão ",  conquistando
o respeito. 
Um  verdadeiro sonho poético !
Deixem-no sonhar...
 
Sinval Santos da Silveira

8 comentários:

  1. rss, é verdade, querido poeta Sinval, diziam vou chamar o velho pra te pegar! O bicho-papão... e não sei mais quantas idiotices. Os velhos não tinham vez, mas nos países desenvolvidos os velhos sempre tiveram voz e vez. O Japão é um modelo, como cuidam de seus velhos, idosos... sei lá mais do quê os chamam. Toda a palavrinha tem um preconceito embutido. Mas o que vale é que essas pessoas, hoje mais do que antigamente, sabem se cuidar por mais anos, diminuem o ritmo, mas vão navegando e isso é ótimo. Tive aluninhas (aula de arte) de 20 anos a 80 anos. Adivinhe qual das que eu mais gostava? Acertou, as mais velhas eram meu xodó. Tinham mais bagagem de vida.
    Beijo, amigo!

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    1. Querida amiga Escritora, Taís Luso !
      São pessoas admiráveis. É só prestar
      atenção. Experiência de vida, histórias
      que contam...
      Muito agradecido pelo registro.
      Uma ótima semana.
      Sinval.

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  2. Carta ao poeta Sinval Santos, sob os cuidados da poetisa Verinha Portella,

    Falar da velhice com esta maestria aqui descrita, na sua prosa poética é comovente. Envelhecemos, temos a medalha de ouro das conquistas árduas que a vida nos oferece.
    Gostei da citação ao Estatuto do Idoso, temos muito que avançar, mas a pedra fundamental do direito já está posta.

    Parabéns pelo tema, e, claro, citei a Verinha Portella, escritora de prima classe, espero que isto não a deixe chateada, mas a moça tem talento e dos bons!

    Um abraço

    Paulo

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    1. Nobre amigo Poeta, Paulo Abreu !
      Sobreviver neste Pais, é privativo dos heróis. Por isto, a minha homenagem aos idosos, entre
      os quais, orgulhosamente, estou incluído.
      Um fraterno abraço e muito agradecido pela atenção.
      Uma ótima semana.
      Sinval.

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  3. Uma bonita homenagem às pessoas mais idosas, neste tempo em que não é fácil ser-se velho, apesar de haver cada vez menos gente jovem...
    Uma boa semana, meu Amigo Sinval.
    Um grande beijo, daqui de Portugal.

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    1. Ah querida Mestra Escritora,
      Graça Pires !
      Sinto-me feliz por abordar, neste
      conto verdadeiro, um assunto que é
      tema em quase todos os países.
      Muito grato pelo apoio !
      Um carinhoso abraço, aqui do Brasil, e
      uma ótima semana.
      Sinval.

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  4. Sinval : tema polêmico...campo de reflexão bem rico.
    Adorei o seu espaço.
    abraços meus.

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  5. Oi, Lia Noronha, boa noite !
    Quanta honra haver merecido a tua atenção !
    Fico muito feliz e agradecido, querida.
    Um ótimo domingo e uma especial semana !
    Um carinhoso abraço, extensivco aos teus
    amores.
    Sinval.

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