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segunda-feira, 5 de março de 2018

Conto poético: UMA BARATA ESPECIAL



Os ponteiros do  relógio assinalavam
 22,00 h...
Encontrava-me confortavelmente sentado,
divagando os pensamentos sobre o dia que passou.
Noite quente de verão, abafada, sem vento...
Desviei o olhar para o lado, lá estava uma
barata, devorando alguma migalha de 
alimento, perdida pelo chão.
Como quase todo mundo, tenho pavor deste
inseto.
Condenei-a à morte, sem julgamento, apenas
por  preconceito. 
Sem fazer movimento brusco, fui à despensa,
peguei uma vassoura e, com a habilidade de
um caçador,  apliquei-lhe uma tremenda vassourada.
Inexplicavelmente, saiu viva daquela ptimeira
"tentativa de homicídio" .
Correu em direção ao roda-pé,  para se 
esconder. 
Apliquei mais quatro golpes de " taekwondo ".
Quebrei o cabo da vassoura e ela fugiu,
embrenhando-se num esconderijo. 
Desisti.
Passados uns trinta minutos,  surge, novamente,
a infeliz.
Desta vez, caminhando trôpega e com uma 
das  asas avariada.
Parou a minha frente,  por alguns segundos,
olhou-me com  desprezo, magoada, e seguiu 
seu caminho.
Fiquei paralisado de remorso...
Como se não houvesse me ferido o suficiente,
minutos depois retornou e veio falecer aos 
meus pés, como  me presenteando 
com a sua morte, parecendo falar:
" Estás satisfeito, agora ?  
Qual o mal que te causei ? "
Fui dormir com a consciência arrasada.
Que lição terrível, aquela barata me deu.
 
SINVAL  SILVEIRA

7 comentários:

  1. Gostei muito desta história da barata. Coitada, ela não podia fazer-lhe mal... Confesso que também não gosto delas. Adorei a imagem.
    Uma boa semana, meu Amigo Sinval.
    Um grande beijo daqui de Portugal.

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  2. Minha Mestra/Poetisa, Graça Pires !
    Mostrou-me, aquele inseto, que não
    tenho temperamento agressivo-radical.
    Que todos temos direito à vida e que o
    reino animal é um só...
    Muito grato pela costumeira e carinhosa
    atenção, querida !
    Uma ótima semana e um doce beijo, aqui
    do meu Brasil.
    Sinval.

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  3. Respostas
    1. Amigo, Ricardo-águialivre, boa tarde !
      Não havia pensado nesse trocadilho.
      Verdadeiro. Muito obrigado pelo
      inteligente comentário.
      Um fraterno abraço. e uma ótima semana.
      Sinval.

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  4. rsrsrs, eu não acredito que você ficou com a consciência pesada, meu amigo!! Parece meu marido quando, na porta do apartamento, vi uma barata enorme, e fui matá-la! Fui pega pelo braço com a seguinte frase:
    - deixa a pobrezinha viver!
    Não acreditei no que ouvi!
    Será que isso é coisa dos homens? Nós, mulheres, fazemos uma guerra!
    Mas de qualquer modo, adorei essa sua história, é hilária, amigo Sinval!!
    Uma boa semana, e cure o remorso...
    Beijo!

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  5. Amigo Sinval, deixei um comentário para a dona Barata, faz 2 dias! Deve estar nas configurações, por dentro do blog!
    Beijo, amigo, adorei essa historia da barata! Dê uma procurada no comentário...

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  6. Vizinha Escritora, Taís Luso, bom dia !
    O comentário foi encontrado e, agora, postado.
    O Pedro acertou em não matar aquela barata.
    O olhar, da que matei, não me sai da cabeça...
    Muito grato pelo carinho da atenção, querida.
    Uma ótima semana e um fraterno abraço.
    Sinval.

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