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domingo, 1 de julho de 2018

Poema: SAUDADE VITORIOSA



Passo a passo, cheguei à frente  da casa.
Quando fui embora, as árvores eram tão pequenas...
As paredes  refletiam o brilho da felicidade !
Na varanda, habitava uma família de sabiás.
Não há mais vestígio do ninho.
Também, deixaram este lugar.
O barulho do mar e o vento, permanecem  como 
testemunhas, e a velha pitangueira oferece-me
seus doces frutos, como num abraço de boas vindas.
A caixa postal denuncia o abandono, saturada de
papéis  vencidos.
Os vizinhos me cumprimentam e reconheço alguns.
Finalmente,  reúno fragmentos de coragem e resolvo 
adentrar.
Não há mais nada em seu interior, além dos móveis
e lembranças... muitas lembranças
Abro todas as portas,  janelas  e deixo o vento renovar
o ar. 
O sol, faceiro, espanta a penumbra do passado.
o beija-flor branquinho vem me cumprimentar, entrando 
 e saindo  várias vezes.
" Esta casa também é tua, amiguinho ! "
Falou meu coração.
Fecho os olhos e sou transportado ao passado.
Escuto vozes  e um profundo silêncio invade o ambiente.
Fui embora, o tempo passou e  as pessoas, também.
Somente eu voltei,  e nem sei porque.
Creio que a saudade foi mais forte. 
Venceu a promessa que fiz de  nunca mais voltar...
 
Sinval Silveira

10 comentários:

  1. Tenho também essa promessa "de nunca mais voltar"... Até o momento sou fiel a proposta. É muito dolorido reviver, repensar o que se passou... Melhor guardar as boas memórias.
    Abraço.

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    1. Querida Poetisa, Célia Rangel !
      É, simplesmente, fantástico !
      Tudo fala... tudo chora...
      Muito agradecido pelo doce registro.
      Um grande abraço, aqui do Brasil.
      Sinval.

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  2. A cumplicidade das memórias que uma casa nos traz, neste magnífico poema meu Amigo Sinval.
    Uma boa semana.
    Um beijo daqui de Portugal.

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    1. Minha querida Mestra, Graça Pires !
      A alma fica entorpecida, dominada pela
      profunda emoção...
      Muito agradecido pela costumeira e carinhosa atenção. Uma ótima semana e um fraternal
      abraço, aqui do Brasil.
      Sinval.

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  3. a nossa primeira casa, a da infância, ficará para sempre dentro de nós e dentro dela todas nossas vivências...e dentro dela nossos pais nos esperam
    como sempre fizeram.
    Um abraço

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    1. Querida Socióloga Poetisa, Guaraciaba Perides !
      A mais pura verdade.
      Impossível esquecer.
      Muito agradecido pela atenção. Uma feliz
      semana e um carinhoso abraço !
      Sinval.

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  4. Olá, meu amigo Sinval, que belo poema, coloca o dedo no coração da gente! Também tenho disso, o que faço é muito de vez em quando colocar minha casa da infância no Google, rua e número! Mas foram apenas 2 vezes, na segunda vez não reconheci, tudo transformado, a rua até parecia outra. Minha casa de juventude, vejo diariamente quando vou almoçar, dobrando a esquina da minha casa, lá está o prédio, o último andar me cobrindo de recordações, às vezes boas, outras nem tanto, devido ao tempo que não volta mais.
    Lindo, amigo, parabéns!
    Uma boa semana
    Bjos

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    1. Minha querida Vizinha/Escritora, Taís Luso !
      É muito forte, um momento desta natureza.
      Muito grato, Amiga, pela costumeira atenção.
      Um carinhoso abraço e uma ótima semana.
      Sinval.

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  5. Que lindo Sinval


    Me vi dentro do teu poema.

    Beijos
    Ani

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    1. Querida Amiga, Escritora, Ani Braga !
      É emocionante, uma situação desta.
      Fico muito agradecido, por tua atenção.
      Uma ótima semana e um fraterno abraço !
      Sinval.

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