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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Poema: CARA A CARA COM O VELHO POETA

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Poema: SIM, IREI AO TEU ENCONTRO, SIM



Não importa a distância.
Sinto a tua proximidade falando  ao meu coração.
Disseste tudo aos meus sentimentos, abandonados
pelo tempo, mendigos de uma saudade que não
morre, pedintes de migalhas para sobreviver.
Chegaste como a lua cheia, invadindo a mata
brejeira,  despertando do sono o sabiá laranjeira 
que,  agora, canta a noite inteira.
Trouxeste luz  às trevas,  iluminaste meu coração,
ensinaste a sombra  reencontrar seu corpo perdido
na multidão.
Nem a montanha, nem o precipício, poderão criar
o suplício de  separar tua vida da minha vida !
Sim,  irei ao  teu encontro,  sim !

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Poema: A ÚLTIMA CONQUISTA


Olhou-se no espelho, de corpo inteiro...
Suas vestes, sobre a cama, aguardavam para
desfilar, mais uma vez  no  palco da vida.
Provava e reprovava peça por peça.
Nada  lhe agradava
As cores não combinavam, nem mesmo com  o brilho,  
já  sem brilho, do seu semblante.
Seus olhos, opacos,  enxergavam em tom cinza, tudo
o que era colorido.
Os cabelos, outrora tão belos, talvez por vingança 
aos maus  tratos, foram embora,  para sempre.
Nada  fazia  lembrar aquela escultura de mulher,
agora, vencida pela  força da gravidade ...
Seu amor - próprio,  também lhe abandonou.
Restava-lhe uma última tentativa... 
Conquistar a quem sempre negou o seu amor.
Fingiu elegância, charme e simpatia.
Não havia mais  graça  em tudo o que fazia.
Despiu-se, então,  de um passado virtuoso.
Vestiu a túnica da verdade  e desfilou sob  o brilho 
ofuscante da humildade !
Foi ovacionada pela plateia da vida, numa derradeira
conquista !



sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Conto poético: O ATAQUE DA MARESIA



Uma cadeira de praia,  aguardando por alguém...
No assento, uma toalha rosa e um par de chinelos,
além de uma sacola.
Observei, por curiosidade, o retorno da sua dona.
A praia, lotada, justificava o mar  tão azul, com as ondas 
serenas e faceiras, parecendo exibir-se para 0 sol, que
brilhava intensamente.
Num piscar de olhos, levanta-se das águas uma mulher,
talvez uma sereia, de tão  bela que parecia.
Era a dona da cadeira...
Cumpriu um ritual, em forma de sedução...
Exibida, secou os longos cabelos negros e,  em seguida, área 
por área do seu corpo escultural,  com extrema delicadeza,
parecendo uma provocação.
A vizinhança feminina "torceu o nariz", pois não sobrou nada 
para a "concorrência".
Seu biquíni  branco,   insinuante e generosamente
 reduzido, parecia haver esquecido de vestir o necessário... 
Enquanto os cochichos   rolavam de ouvido em ouvido, os homens
pararam de conversar,  respirar e piscar...
O pior, ou melhor, estaria por vir.
Enrolou a toalha em seu corpo, cobrindo-o  desde abaixo das
axilas, até acima dos joelhos, e pos-se a trocar aquele
biquíni por um short, também muito reduzido.
Ato contínuo, uma camiseta, bem vaporosa, escondeu aquele paraíso opulento...
Agora, já com os cabelos enxutos, massageou-os com creme e
passou a pentea-los.
O perfume  exalado invadiu aqueles narizes torcidos.
Terminada a tarefa, tão feminina, guardou tudo o que trocou, 
calçou os  chinelos, desarmou a cadeira e se foi.
Os homens foram na mesma direção,  como zumbís  enfeitiçados,
ou escravos da  fantasia.
As mulheres permaneceram resmungando, em voz alta.
O que diziam, não posso repetir.
Eu cumpri a minha parte.
 Permaneci em silêncio, orando baixinho 
 pela integridade física daqueles maridos, quando retornassem.
Estavam sob hipnose, por  ataque da  maresia...