" Ofereço-te as minhas entranhas.
O meu sagrado corpo, servirá de berço ao teu
nascimento, estimado filho.
O meu amor, será tão forte quanto o florescer
da primavera.
Jamais haverás de me esquecer...
Bendito seja Deus, que permitiu a tua fecundação,
amado filho meu.
Teus olhos, teu coração, e os teus sentimentos,
serão pedaços meus, a ver, amar, e sentir, por este
mundo do Senhor ".
São palavras, minha querida mãe, que ouvi mesmo
antes de nascer, ainda protegido em teu ventre.
Lamento, que nenhum ser humano haja sido capaz
de resumir, numa única palavra, todo o amor que
sinto por ti.
Tudo é muito pouco, muito singelo, diante da grandiosidade
da vida que me deste, do seio que me ofertaste, da
proteção dos perigos, a que estive exposto.
Não posso esquecer a divina felicidade que me propiciaste,
no afago do caloroso beijo de amor.
Uma verdadeira bênção de Deus...
Do corte daquele cordão, que separou meu frágil corpo,
do teu corpo forte, ainda me lembro do ranger da impiedosa
e inconsequente tesoura, separando-me da tua proteção
biológica.
Perdoa-me pelo gemido de dor, que te fiz passar.
Assim, querida mãe, neste teu sagrado dia, quero te
ofertar o meu carinho, com um doce beijo, que te darei na
face, ou na alma, para simbolizar o quanto te amo !
Sinval Santos da Silveira