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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Conto poético: UM GUERREIRO " BOINA AZUL "


 
São Miguel do Oeste.
Belíssimo e próspero Município do meu Estado.
Povo trabalhador,  comprometido com uma forte
economia agrícola.
Na década  de 90, o jovem José Paulo foi recrutado
pelo Exército Nacional.
Cumpria suas obrigações  militares, quando a ONU,
Organização das Nações Unidas, o selecionou para
prestar  serviço militar,  na África.
E para lá, seguiu,  levando na bagagem uma carga
enorme de entusiasmo e esperança.
Agora, é um orgulhoso "Boina Azul",  um brasileiro a
serviço da ONU,  um guerreiro da paz mundial.
Milhares de histórias  trouxe para  relatar, e emoções
que não consegue  dominar.
Eu o conheci, e com ele conversei.
Hoje é proprietário de uma pizzaria, no centro da sua
Cidade.
Ostenta, numa visível prateleira, as três boinas que
usou. Em destaque, a "Boina Azul", seu grande  orgulho !
Disse-me  que a maior guerra que enfrentou, foi uma
história de amor.
Assistia, todos os dias, uma legião de crianças famintas,
"batendo latinha" à frente do seu batalhão militar,
implorando por comida. Todos ficavam profundamente
comovidos, diante daquela cena de miséria.
Sistematicamente, guardava sobras de alimentos, e doava
a um menino de, aproximadamente, oito anos de idade.
Esta criança, de nome "Beto",  passou a trata-lo de "papai".
A amizade  foi muito forte, durante os seis meses em que
lá permaneceu.
Fez uma pausa, respirou fundo, enxugou as lágrimas, e
prosseguiu no seu relato.
Expirou o seu tempo de permanência. 
Avisou  ao menino que   estaria  retornando ao Brasil, sua
Pátria.
Foi um desespero, o choro  de ambos. O menino insistia
para que ele ficasse, ou  o  trouxesse para o Brasil.
Impossivel, as duas hipóteses.
No dia da partida, o menino correu atrás do ônibus, que o
transportou ao  aeroporto,  gritando  sem parar.
Isto se estendeu por uns cinco quilômetros, até que o
cansaço o venceu... e sentou-se  à beira da estrada.
Disse-me  que  ainda escuta os seus gritos... o seu choro
desesperado, embora já decorridos mais de vinte anos.
É o seu pesadelo...
Pensa em voltar àquela Terra para procurá-lo, mas tem
medo de encontrar  uma  realidade, talvez mais triste, ainda...
 
 
 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Feliz Natal ..meus amigos



Que muito mais que presentes...possamos destribuir amor e alegria a todos,  neste Natal de Cristo !
Almejo  uma  noite de paz , amor e muita alegria a todos vocês.

Um abraço carinhoso em nome do coração tagarela.

Sinval

Conto poético: O LEÃO NEGRO


O povo trabalhando, e os que mandam, roubando...
É uma receita escrita nas profundezas do inferno.
A esperança se esvai...  como uma artéria rompida.

Sonho com alguém, de outro planeta, ou mesmo com
uma  trajédia, capaz  de recomeçar tudo novamente.
Mas, das  entranhas de um triste passado,  surge um
coração de guerreiro, iluminado !

Alinha-se ao  povo sofrido, na defesa do oprimido,
traduzindo, com fervor,  ... "ou deixar a Pátria livre, ou
morrer  pelo Brasil ".
A Nação aplaude, vibra de emoção, chora de alegria,

abraça a chegada da esperança, comemora o renascer de
um  novo dia.
Um povo clamante por justiça !
Como  o  Salvador, tinha que vir do meio humilde, da raça
humana mais discriminada, e humilhada.

Enfrentou, com inteligência e sabedoria, os mais poderosos
homens do meu País,  envolvidos em crimes  de assaltos
ao dinheiro público, e  à desassistência social.
Condena à prisão, os verdadeiros ladrões, não importando

os títulos ostentados, sejam doutores, ou  deputados.
O que prevalece, é o homem honrado.
Ao distribuidor da justiça, coragem não  faltou, e traidores
da Pátria, enfrentou.

Homens, de honestos travestidos, estão comprometidos,
são bandidos.  
Até defensores,  protegidos  pela capa da justica, temem  
o rugir  do "Leão Negro"...



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Poema: DE TANTO TE AMAR



Esqueci de mim, esqueci da vida, só lembrei
de ti.
Andei por este mundo de Deus, à procura do
teu olhar, que foi embora,  ameaçando nunca
mais voltar.
Nas frias sombras do passado, fiquei perdido,
abandonado, e ainda apaixonado.
Cercado pelas doces lembranças, segui, sem
rumo, o meu caminho.
Na bagagem, a experiência colhida nas  árvores
da  felicidade, e do sofrimento.
Chegou o amadurecimento, fruto do teu sublime
amor, que no meu coração plantou, toda a alegria
do meu  viver.
Da minha vida, se nada mais  sobrar, restará o
brilho do teu olhar, que  me iluminará  para sempre.
Nunca me faltarás, pois a tua luz, é a mesma do
luar !
Teu alucinante perfume,  nas flores  irei  buscar.
Atento às águas da cachoeira, tua  voz   ouvirei, e
os pássaros  cantarão as suaves melodias, para
tua ausência  amenizar.
Toda esta aflição,  se transformou numa oração,
ouvida pelo  teu coração.
Não sei se das estrelas, ou da lua,  retornaste, 
pois  estás aqui, como num sonho, novamente
abraçada aos meus  sentimentos, vivendo estes
belos momentos, falando de amor ao meu  coração !


domingo, 9 de dezembro de 2012

Conto poético: VIVENDO, APENAS, DE AMOR


 
À frente do prédio, onde passei minha vida trabalhando, havia
uma construção inacabada, em ruínas.
Os abandonados pela  vida, invadiram aquele local,  à procura 
de abrigo.
Passei a observar um casal, me parecendo  mendigos.
Ambos retornavam da cidade, por volta das 17.00 h,  sempre
de mãos dadas, e sorridentes.
Sentavam sobre bancos de  madeira, e  sua mesa servia, também, 
de  cama.
Lavavam-se num  latão cheio d'água.
Tudo improvisado, sem o menor  conforto.
Ao som de músicas, vindas de um pequeno rádio, dançavam todos
os finais de tarde, numa alegria contagiante.
Ele, muito gentil, alimentava-a na boca, repetindo beijos, em sua
face,  fazendo penteados, e até maquiagem.
Com alguns trapos, bloqueavam a janela, recolhendo-se ao
descanso.
A curiosidade, não me  deixou em paz. Aproximei-me do casal e,
com muito jeito,  colhi algumas informações.
Não são desta Cidade. Vieram do interior do Estado.
São ex-colonos.
Experimentam uma vida  diferente, sem pressão econômica e social.
Viver de amor, é o objetivo.
Disseram, também, que o amor, entre eles, é tão forte, que supre
todas as necessidades materiais.
Estão vivendo, desta forma, há sete anos. Cada dia tem sido melhor
do que o anterior.
Riem  da miséria, e das preocupações exacerbadas da sociedade
organizada.
Confesso que fiquei assustado. Não saberia dizer se isto é coragem,
ou irresponsabilidade.
No  brilho dos seus olhos,  obtive  a resposta.
Chama-se  felicidade !
Algo que poucas pessoas a conhecem. Não sei aonde tudo isto
aportará, mas a viagem, me pareceu, está sendo ótima para ambos. 
Vivem de amor, apenas de amor. O resto é supérfluo.
Voltei a minha sala de trabalho, olhei  lá do alto para aquela ruína,
e para dentro de mim.
Permaneci sem respostas,  mas  numa cruel  dúvida existencial...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Presente de um amigo seguidor !

Foi com muita alegria que recebi esse maravilhoso presente
do    amigo

'http://5n3v35.blogspot.com.br/"

OBRIGADO,PELAS
PALAVRAS GENTIS
E AMOROSAS,
QUERIDO AMIGO
5N3V35


ABRAÇOS

SINVAL




 


 Coração Tagarela
O coração de Sinval não para de falar, também, é o coração de um poeta, escritor romântico. Coração deste que suspira amor. E claro, como um bom escritor, compartilha conosco, os mais belos poemas e contos apaixonantes. E o coração fala... também, esperar o que de um coração tagarela?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Conto poético: O CARCEREIRO POETA






Um belo coração de poeta.
Um homem sensível,  escrevendo seus versos,
 falando de amor, e  da magia da vida.
Olha  para as estrelas,  buscando a imensidão da
liberdade.
Aspira  o  perfume das flores, acariciando as suas
pétalas, fugindo da brutalidade.
Ouve o canto dos passarinhos,  na esperança  de  
abafar o grito do pavor, e da dor.
Nos corredores, sem fim, daquele presídio gelado,
filial  do inferno,  somente o desespero  está presente.
Privilegiado, transita por fora das grades.
É o carcereiro.
Em sua mente,  sente a dor dos que a dor não sentem.
Escuta o choro dos arrependidos, e dos que se julgam
inocentes.
A noite é longa, e o dia também.
Os anos intermináveis.
O relógio, parece parado.
Adormece a esperança.
Não há sonhos a sonhar..
Só pesadelos.
O arrependimento, é  o  fiel companheiro da dor.
Eles não sabem, mas  o  homem  que circula à noite,
pelos corredores,  não é o demônio, é um poeta.
Um carcereiro poeta.
O  contraste do mau.
Um homem do bem.
Absorve  a sua dor, transformando  numa  flor, todo
aquele horror...

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Conto poético: O REFLORESTAMENTO DA ALMA

Adelaide, era uma  mulher de classe média alta.
Bonita, e ainda jovem, chamava a atenção dos homens.

Simpática, respondia aos cumprimentos, não apenas
com seu bonito sorriso mas, também, com  graciosidade.

A linda Adelaide, confidenciou a uma amiga, um grande
segredo.
Não estava feliz com a vida de casada, embora  o seu
marido  fosse  um homem maravilhoso.
Sentia-se " presa e inútil ".    

Necessitava integrar-se à sociedade, e  ser  verdadeira,
com a força  dos seus próprios braços, e a   habilidade
das  suas mãos.

Sonhou com os seus sonhos. Acordou com a solução
enraizada em sua alma.
O que queria, e não sabia, estava bem à frente das janelas
da sua casa.

O Morro da Cruz,  desta minha bela  Ilha, sofreu grande
destruição, pela ocupação desordenada.
Nossa personagem, real, organizou uma sementeira, em
pequenos frascos, para cultivar  mudas de árvores  frutíferas,

e frutos silvestres, já quase em extinção, naquela grande área  
de domínio público.
Apoiada por outras pessoas, reflorestou uma extensão enorme
daquele maciço.

Voltaram os passarinhos, de todas as espécies, encantando
as residências com o mágico e alegre gorjear.
Macacos e saguis, surgiram em grandes famílias,  não se
sabendo  nem de onde  vieram.

Adelaide  está  orgulhosa da sua obra, inteiramente ecológica.
O seu casamento foi salvo,  pois se sente a mulher mais feliz
do mundo.

Encontro de Blogueiros em Florianópolis




ENCONTRO  DE  BLOGUEIROS:
MUITA  ATENÇÃO,  POR FAVOR:
Temos  observado o nascimento de um forte sentimento de
amizade, entre  os seguidores do  " CORAÇÃO TAGARELA",
e de outros blogues afins.
São poetas e poetisas, trocando experiências e poemas,
enriquecendo vocações,  enobrecendo corações.
Amantes da literatura poética,  artistas por excelência.
Pensamos em  sondar a possibilidade, de um prazeroso
encontro físico, entre estas pessoas,  tão especiais.
Necessitamos, para tanto, das manifestações pessoais,
para que possamos identificar os quantitativos de
interessados.
Em princípio, imaginamos:
1  - Local :  nossa Capital, FLORIANÓPOLIS /SC;
2  -  Mês  :  A partir de março/2.013, a combinar;
3  -  Despesas, com passagem e alimentação, por conta pessoal;
4  -  Hospedagem ( GRATUITA ).
Além do estreitamento dos laços de amizade,  faríamos vários
recitais de poesias, narração  de historias, etc.
Tudo do que gostamos em comum.
Solicitamos, assim,  uma manifestação prévia, sobre o interesse,
bem como expressar sugestões.
Um fraternal abraço.
Coração Tagarela ( Sinval Santos da Silveira ).

Conto poético: A ESQUIZOFRENIA DO AMOR


Esta minha encantadora Cidade, possui um tradicional
hospital psiquiátrico.
Inimagináveis os dramas,  já vividos, ao longo de
um século de sua existência.
Apatia,  gargalhadas  e choros profundos, são a marca
daquele ambiente. É proibido sonhar.
Somente pesadelos habitam aquele lugar.
Havia uma ala de tratamento, apelidada de "sombrinha".
Para lá, iam os pacientes portadores de  esquizofrenia,
agressividade...etc.
Era  a  verdadeira sede do inferno.
Até os funcionários, com o decorrer do tempo, ficavam
afetados.
Acorrentado, havia  quase um ano, um homem de nome
Luiz.
Muitas visitas, talvez além do normal, foram efetuadas por
uma  dedicada médica.
Luiz teve uma melhora repentina.
Foi barbeado, cabelos cortados, roupas limpas,  trocadas
com frequência, tudo por ordem da médica.
Renasceu, então,  aquele  homem inteligente, e dinâmico,
das boas épocas da gerência da loja de calçados.
Foi-lhe concedida alta hospitalar e, pouco tempo depois,
voltou ao trabalho.
A médica passou a visita-lo, quase que diariamente...
ora para comprar  calçados, ora para ver como estava.
Sempre havia uma desculpa, para a visita.
Um dia, convidou-o para um passeio.
Evidente,  ascendeu ao convite.
A médica, habilidosa, até por  força da profissão,
confidenciou  a sua profunda paixão, nascida desde
as épocas do tratamento hospitalar.
Bom caráter, honesto, e com dignidade suficiente,
humildemente, disse-lhe "não", pois seu coração
pertencia a outra mulher. E pediu-lhe perdão
A médica sumiu da sua loja.  Nunca mais o procurou.
Soube, meses depois, que se encontrava internada
naquele nosocômio  psiquiátrico, com um quadro
agudo de  esquizofrenia.
Luiz  passou a  visita-la, regularmente...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Conto poético: UMA PAUSA PARA AMAR


 A velocidade aumentava,  enquanto  as horas
avançavam.
Havia prazo para chegar ao destino, e já estava
quase vencido.
O vento assobiava na janela do automóvel.
O cantar dos pássaros silvestres, e o perfume da mata,
também   estavam a bordo.
O campo verde, parecia reverenciar a cadeia de
montanhas, tão altas quanto os olhos podiam avistar.
A paisagem é indescritível.
O preá, exibido, fazendo  graça aos transeuntes.
O cenário, bucólico por excelência, parecia premeditar
uma explosão de emoção.
Tudo conspirava a favor do amor.
Pássaros cantando, flores cheirando... 
As hortênsias formavam um paredão que,  provocadas
pelo vento,  pareciam ondas  azuis, a vagar pela vastidão.
A mulher, mesmo ocupada com  a direção, surpreende
o seu  passageiro, com uma  emocionada  declaração
de  afeto.
As lágrimas  turvam sua visão.
Mal consegue pronunciar as palavras, que estão
represadas em seu coração.
Ele tenta acalma-la, amparando-a num carinhoso
abraço.
Seus olhos traduziram o recado da alma.
Não havia  mais pressa, pois o destino era aquele.
Uma pausa, na vida, para amar...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Conto poético: AMOR DE PALHAÇO

 
Tudo parecia arte.
A interpretação era perfeita.
Os aplausos ecoavam  além das lonas  do circo..
No picadeiro, a presença alegre de um homem de
roupas coloridas, risonho, de boca grande, sapatos
enormes.
Gargalhadas estridentes, era a sua marca de artista. 
O Palhaço " Pitanga".
Nada o abalava.
As crianças o  imitavam,  e os adultos o admiravam.
Nas alturas, os trapezistas dominavam o circo.
Voavam, arrancando aplausos. 
Mas o ato que silenciava a platéia, era o da "domadora
de leões".
Mulher jovem, belíssima, corajosa e enérgica.
 Prendia  a atenção de todos.
Na cidade, não se falava em outra coisa.
Pois esta mulher, foi a paixão alucinante do palhaço
Pitanga, fora das lonas.
Ester,  jamais lhe deu qualquer esperança...
O sofrimento  do artista,  causava comoção.
O circo foi embora, e o Palhaço permaneceu naquela
cidade, transformando-se num pescador, solitário e
triste, onde viveu por muitos anos.
O circo, nunca mais retornou, mas Ester, muitos  anos
após, voltou para pedir perdão,e quem sabe ...
Mas o  tempo  já havia se esgotado.
O  quarto do Palhaço Pitanga, ainda estava decorado
com inúmeras fotos daquele circo e, em especial, da
 "domadora de leões", que chorou copiosamente...
 
 

Conto poético: A ESTRANHA FELICIDADE

A realidade, por vezes,  maltrata.
Torna-se cruel, ou  indiferente, diante dos 
sentimentos.
Habita a imaginação, como defesa, e a fantasia,
como destino.
Talvez, alucinação...
Um homem, de nome... bem, qualquer nome,
não importa, é um enigma para os estudiosos
dos porões  da mente.
Convive com pessoas, normalmente, 
prevalecendo as suas verdades.
Procura, e encontra na  fonte da insanidade,
as respostas que deseja.
Louco, para  alguns.
Um sonhador, para outros.
Busca  a felicidade.  Nada mais.
Está  aqui,  mas  seu coração,  está lá...
Ama  a  vida, não importando se  há despedida, 
ou  um porto para  chegar.
De braços dados à apatia, qualquer ponto é um
bom lugar.
Ah sim, alguns  que não concordam com a maioria,
o chamam  de "andarilho".
Curioso, conversei com um deles, e perguntei-lhe
quem era ?  Na expectativa de saber o seu nome, de
onde vinha, e para onde ia...
Respondeu-me:
"Não venho de lugar algum,
nem procuro um endereço.
Sou, apenas, um caminhador,
à procura de um  amor, que
poderá estar aqui, ali, ou 
onde o sol se pôr."
Perdi o fôlego.
Incrível, pareceu-me  feliz !
 
 

Conto poético: O VENTO POR TESTEMUNHA


Era um final de tarde de primavera.
Um vento fresco, soprava da terra para o mar.
As águas do Atlântico, permaneciam calmas.
Somente o fluxo, e o refluxo  da maré, mexiam
com as  cristalinas areias, que aos meus pés
repousavam.
As gaivotas, em vôos rasantes, faziam-me
companhia e, vez por outra, pousavam próximas,
gargalhando estridentemente.
O vento soprava forte, levantando a areia seca
das dunas, devolvendo-as ao mar.
Encontro marcado.
Espero  por aquela mulher.
A praia, completamente deserta, me permite
avistá-la ao longe.
Caminha rápido, como querendo por fim a um
pesadelo, ou tomar uma séria decisão.
Agora, pela proximidade, tenho a confirmação.
É ela.
Como sempre, bela e atraente.
O vento cola o seu  leve  vestido amarelo, ao
divino corpo, transferindo o restante à
imaginação do expectador.
Seus cabelos negros, longos e  esvoaçantes,
quase me tocando,  permitem que  eu sinta o
seu perfume de rosas.
Com os olhos mareados de tristeza, e a voz
trêmula, embargada pela emoção, me disse
"adeus".
Nada mais conseguiu falar.
Num gesto de submissão,  baixou os olhos
e  se afastou, para sempre...
Paralisado, acompanhei  a sua caminhada,
até  onde meus olhos conseguiram enxergar.
E as gaivotas, que a tudo assistiram, não
param de gargalhar.
 
 
 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Poema: CONTIGO EM MEUS BRAÇOS


Neste dia chuvoso, frio e silencioso, mais
do que nunca, sinto falta de um abraço. 
É como a flor, que  aguarda o toque
carinhoso do colibri, em suas entranhas 
perfumadas.
Ou como o pássaro carniceiro, sobrevoando
o  dia inteiro, à espreita da morte,  que a
vida, inimiga, sua carne lhe doou.
E o que dizer da noite, parideira do orvalho,
ouvidora dos pecados, profanadora da
inocência, assassina da consciência ?
Nesta ansiedade,  aguardo por ti, mulher !
Sonho, abandonando a imaginação, para
atender aos apelos desta profunda emoção.
Teu calor, que nem a brisa do mar consegue
abrandar, aumenta a febre do desejo, por um
ardente beijo, que somente tu  podes  ofertar.
Vou erguer muralhas de sucenas, sequestrar
as  estrelas, construir rios de perfumes, para
a tua  alma se banhar.
E o sabiá  laranjeira, cantará  a noite inteira,
para o teu sono embalar.
No alto da montanha,  contigo em meus braços,
quando florescerem a  sucena e o jasmim, vou
construir o mais belo  jardim, para contigo morar !