De olhos fechados, escuto o barulho da água
despencando do telhado.
É muita chuva. Chega a assustar.
Faz-me voltar aos tempos de criança, em que,
frente a minha casa, na sarjeta, sem calçamento,
soltava barquinhos de papel e, ao seu lado, corria
cheio de sonhos.,..
Por onde andará aquele que pintei de azul, da cor
do céu ? Até meu nome carregou.
Creio que de toda a brincadeira, so restou eu.
Voltei àquela rua. Que diferença ! Está calçada,
iluminada, sem sarjeta. Observei um menino, mais
ou menos com a mesma idade em que por ali morei.
Carregava brinquedos eletrônicos, aparelhos sonoros
ao ouvido, brincos na orelha, tatuagem na perna, boné
e tênis de marcas, bicicleta, celular, etc.etc.
Eu brincava de pandorga, pião, bolinha de vidro, boloquê,
quase todos por mim mesmo construídos.
Não esqueço dos meus barquinhos de papel...
Qualquer dia destes, vou perder a vergonha e recomeçar
tudo de novo.
Vou convidar os meus amigos de infância, para brincar
com
as mesmas coisas, que tanto representaram em nossas
vidas.
Por que não ?
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