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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Poema: SUSSURROS



É bom te olhar, assim, dormindo...
Esboças um suave sorriso, talvez, subjugando
a dor que te vai na alma.
Não sei se estás sonhando.
Teus olhos parados, parecem fechar a entrada  
do mundo.
Estou confuso.
Somente tu sabes o que se passa aí dentro.
Fico, então, a imaginar...
Zelo pelo teu sono, mas quero falar de amor, 
bem  baixinho, para não te acordar.
Rebusco,  em minh´alma apaixonada, tudo
o que sente o meu coração.
Viajo no tempo, nos meus sentimentos e, no 
final, agradeço ao Senhor a graça de te encontrar.
E  te observo, até o dia clarear !
Tenho medo de adormecer, e sonhar  que te perdi.
Em sussurros, aflita, chamas por mim.
Não sairei daqui, enquanto este pesadelo
não chegar ao fim.
De mãos dadas, passearemos nos astros,
ainda que sejam ásperos, os  passos a 
caminhar !
De flores, cobriremos os caminhos, não
falaremos de espinhos, e prestaremos mais
atenção no gorjear dos passarinhos 
    

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Poema: OS TROVÕES DA MINHA TERRA





Verdades, mistérios, crenças e lendas, revelam
 aparências de um povo feliz. Montanhas, densas
 matas e cascatas, são palcos da natureza, verdades 
e belezas deste lugar. Tudo se movimenta...
 Os fortes ventos refrescam a terra, encrespam
 o mar, assustando o pescador.
 E eu, apenas, aprecio. Despede-se o dia e chega
 a noite, com estrelas e luar, sugerindo o amor.
 Voam, sem pousar, os alegres pássaros
 marinhos, sinalizando, ao barqueiro, aportar.
 É hora do trovão falar alto, querendo a trovoada
 impressionar.
 E o costão expulsa as ondas do mar, parecendo
 um guardião.
 Estremece a Ilha, mas nada assusta
 a menina faceira, que consulta a feiticeira, para
 o seu namorado conquistar. Faz macumba e simpatia, coloca
 o santo padroeiro no galinheiro, até o seu
 amor chegar.
 Ao raiar do dia, tudo volta
 ao normal, nesta "Ilha da Magia" !

domingo, 17 de maio de 2015

Poema: O EREMITA DO AMOR


Olhou-me nos olhos, paralisada.
Disse haver sido vítima da precipitação.
Não queria, não podia, não devia, não e 
não... muito menos, me ofender.
Que me amava, com profunda emoção,
jurando, tudo isto, do fundo do coração !
Ajoelhada aos meus pés, banhada em 
lágrimas, pediu-me perdão...
Disse-lhe, então:
Não sou, apenas, um homem, mas um 
poeta.
Qual a razão desta aflição ?
Um poeta é desprovido de ressentimentos,
vive em paz com sua alma, em harmonia 
com os seus versos e pensamentos.  
Aproveita cada momento  para falar de 
amor.
Não há  lugar, nem mesmo nos porões
das lembranças, para armazenar mágoas.
Vive do perfume das flores, e do canto dos passarinhos...
Observa as noites enluaradas, o silêncio
da madrugada, quebrado pelo cantar do 
galo faceiro.
Não tem ouvidos, nem olhos,  para as 
maldades da vida.
Fica feliz com o brilho do olhar alheio, e 
se embriaga com o perfume  do jasmim.
À beira mar, sentado na areia, se encanta 
com a dança das gaivotas, e o canto  da
sereia !
Presta atenção em tudo isto, e veja como 
nada tenho a perdoar...
Sou um eremita do amor !
 
Autor:  Sinval Santos da Silveira

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Poema: ESTRADA ESTREITA


Meus passos são limitados.
Não há espaço. 
Meu caminhar é devagar, nem mesmo
sei onde chegar.
Tento, mas não consigo  retornar.
O ponto de partida, já não está mais lá.
A bagagem, parece cada vez mais  
pesada.
Nas curvas desta estrada, sou assaltado
por tormentosas lembranças, marcadas
pela desesperança de te reencontrar.
À beira do caminho, em abundância, teu
perfume pede carona, e embarca em
minh´alma, sem licença para entrar.
Não consigo negar...
Teu cheiro invade as minhas entranhas,
fazendo-me sorrir e chorar !
E me dominas...
Sento à beira do caminho e, contigo, 
converso sem vontade de calar.
E me abraças, falando de amor...
E me amas, sem falar...
Somente o teu olhar navega nas lágrimas,
até meus olhos encontrar.
São  doces prantos, são encantos, são 
estradas estreitas, encantadas, cabendo
só almas apaixonadas !
Na bagagem, só o teu e o meu amor, 
seguem viagem !
 
autor:  Sinval   Santos da Silveira

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Poema : Homenagem as Mães


 
" Ofereço-te as minhas entranhas.
O meu sagrado corpo, servirá de berço ao teu
nascimento, estimado filho.
O meu amor, será tão forte  quanto o florescer
da primavera.
Jamais haverás de me esquecer...
Bendito seja Deus, que permitiu a tua fecundação,
amado filho meu.
Teus olhos, teu coração, e os teus sentimentos,
serão pedaços meus, a ver, amar,  e sentir, por este
mundo do Senhor ".
São palavras, minha querida mãe, que ouvi mesmo
antes de nascer, ainda protegido em teu ventre.
Lamento, que nenhum ser humano haja sido capaz
de resumir, numa única palavra, todo o amor que
sinto por ti.
Tudo é muito pouco, muito singelo, diante da  grandiosidade
da vida que me deste, do seio que me ofertaste, da
proteção dos perigos, a que estive exposto.
Não posso esquecer a divina felicidade que me propiciaste,
no afago do caloroso beijo de amor.
Uma verdadeira bênção de Deus...
Do corte daquele cordão, que separou meu frágil corpo,
do teu corpo forte, ainda me lembro do ranger  da impiedosa
e inconsequente tesoura, separando-me da tua proteção
biológica.
Perdoa-me pelo gemido de dor, que te fiz passar.
Assim, querida mãe,  neste teu sagrado dia, quero te
ofertar o meu carinho, com um doce beijo, que te darei na
face, ou na alma, para simbolizar o quanto te amo !
 

domingo, 3 de maio de 2015

Poema: RELHO DE ROSAS




Era só amor !
Beijar, como um louco, era muito pouco.
Olhavam-se com ternura, não cabendo
no coração tanta  emoção.
O sorriso dos amantes, ofuscava o luar 
nas encostas do sertão !
Os rios pareciam fios de prata, amarrando
a densa mata, nas entranhas do lugar.
A cascata se calava, para ouvir a voz do 
seresteiro, o dedilhar do violeiro, e o 
sussurro emocionado daqueles corações
apaixonados !
Era a essência da felicidade, brindada
pelo perfume da açucena que, vestida de 
noiva, testemunhou a mais linda cena de 
amor !
Com um relho, feito só de rosas amarelas,
espantou do corpo dela, os zumbis da 
tentação.
Na montanha verdejante, ainda hoje os 
viajantes, apreciam as árvores coloridas, as 
águas  faceiras, comentando a noite inteira,
aquela linda história de amor !
Não há mais zumbi nem assombração, o 
relho  de rosas, como por encanto ou 
simpatia, transformou em doce pranto, o 
amor  nascido nas encostas do sertão !