Seguindo os passos cambaleantes,
não perdendo um só instante, surge
o momento fatal.
Sobrevoa na espreita, escondendo a
sombra do mal.
Sem piedade, desprende dos ossos
a carne, que a morte lhe ofereceu.
Por sobrevivência, o perdão mereceu !
Soltando o seu grito de guerra, meu
coração estremeceu.
Atento, observo...
Não sou vítima, nem autor !
Tenho medo do açoite, do vento forte
da noite, que me trazem de volta as
amargas lembranças.
Como um eco, sempre retorno para
ouvir, quem sabe sentir, o alarido do grito,
o pavor de quem não consegue da morte
fugir.
Do que restou, somente as plumas fugiram,
levadas pelo vento, como um alento, na
direção do nada.
Da natureza premiada, sobrevive, nas alturas,
a vida que a rapineira levou.