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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Conto poético: UM APELO A DEUS :


Salvei a sua vida, quando  ainda
  era muito pequenino, com
 os olhinhos fechados...
Caiu do ninho, para ser amparado no meu 
coração.
Comida no biquinho, a cada hora, lhe dei.
Era o meu filhotinho. 
O tempo foi passando e ele desabrochou
num lindo passarinho, o meu querido 
SANHAÇU  !
Depois de adulto, bonito e sedutor, tentei
introduzi-lo à natureza, mas preferiu  ficar
comigo.
Fazia-me cafuné e cantava baixinho, só para 
mim. 
Creio que era um anjinho e  não, apenas, um 
passarinho.
Não sei porque, Deus precisou da sua alma,
lá no Céu... 
Era tão pequenino e eu o amava tanto  !
Pode ser que seja para voar e brincar com os
anjinhos. 
Cuida bem dele, meu Deus, por favor  !
 
Sinval Santos da Silveira






    

quinta-feira, 19 de maio de 2016

POEMA: GEMIDO



Este grito,  pequeno, que vem das minhas 
entranhas,  traduz uma dor tão grande...
Cumprimenta  minh´alma em suspiros, que
nem mesmo eu  entendo.
Desabafa a  saudade reprimida em meu
peito e, deste jeito, consigo  viver.
Tagarela, que é, fala dos meus prazeres
e das minhas  angústias...
Quando chega a  dor, rompe a  barreira da censura
  e, por mim,  clama por  amor.
Sente tudo o que eu sinto !
Até no  derradeiro  instante da minha vida, 
será o último a falar  em meu nome e todos,
consternados,  ouvirão.
Por ser tão sincero,  a  natureza o adotou.
O costão, por ordem do mar, geme.
A floresta, obediente ao vento, também.
O Céu e a terra  gemem, tementes ao trovão.
E por que eu, um frágil ser,  não poderia 
gemer ?

Sinval Santos da Silveira

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Poema: SUA MAJESTADE


Não queiras, amigo,  passar pelas coisas que já
passei.
Ainda fico assustado com as lembranças do passado, com  os
 cabelos enfeitados,  e os lábios de carmim  pintados, sorrindo
 só para mim.
Do  olhar brilhante, não esqueço um só instante.
A voz macia, hoje tenho certeza, era bruxaria. 
Vinha da alma e como o vento, somente  sentia.
Não queiras saber, amigo, a força  de um carinho, que
 mudou o meu destino, da "água para o vinho".
Já  consultei bruxas,  benzedeiras e cartomantes,
mas é  feitiço forte, que habita nos  amantes. 
Não tem cura ! 
Nem mesmo vacina existe, e ninguém  está imune.
Fica-se alegre e triste, sorrindo do que foi bom, chorando 
 pelo que  nem existe.
Hoje, sigo os passos da minha sombra,  gargalho com
 as gaivotas, que
 me trazem  recados das sereias, lá do fundo  do mar !
Pode ser  loucura, mas ainda sinto a ternura  do seu jeito de andar.
Das suas vestes, tão lindas, nunca mais vi nada igual !
Perambulo pelo mundo, à procura do que passou,
mas nada encontro, alem da "Sua Majestade", uma tal
 de saudade !
Não queiras passar por isto, amigo..
 
Sinval Santos da Silveira






sexta-feira, 6 de maio de 2016

Poema: O PIRATA SEM PERNA DE PAU


Por muito tempo, ouvi o mar.
Compreendia as suas angústias e alegrias.
Falava de bruxas, sereias e piratas.
Eram vozes que chegavam de longe, muito
além do horizonte...
Depositava  sal no costão, como  oferenda
por  minha atenção.
O  vento entoava canções, e  eu adormecia 
 e sonhava !
Nem mesmo o  grunhido da gaivota  
enciumada, me acordava.
Em  meus sonhos, sempre aparecia um
pirata, sem perna de pau ou tapa  olho.
Ameaçador, queria levar o meu amor.
O mar me protegia, fazendo barulho nas 
rochas  do costão, para espantar o vilão. 
Cada estrondo parecia um tiro de canhão.
E eu, ciumento como a gaivota, chorava.
Mas foi ela quem se deixou levar, para nunca 
mais voltar, entregando o tesouro que  me
pertencia.
Até isto, o  mar  me  contou...
Ainda  hoje, adormeço naquelas rochas,  
ouvindo uma linda  sereia, de cabelos longos 
e  negros, a cantar, só para mim !