Queria, apenas e tão somente, um fio dos seus cabelos,
como presente.
Queria, a ele, dormir abraçado, , lembrar o passado
das fantasias que, um dia, foram a minha alegria !
Sentiria, nesta mostra sem vida, todo o vigor de um
amor, que ainda geme de dor.
Sentiria o cheiro daquele rosto faceiro, do olhar
domingueiro, parecendo diamante na lua a brilhar !
E quando o galo, na madrugada, pela terceira vez
cantasse, na sua janela, com uma doce serenata iria lhe
presentear.
Poemas, calorosos poemas de amor, iria declamar.
E
a rosa amarela, o sabiá laranjeira e o beija flor branquinho, estariam
na primeira fila deste teatro da vida, aplaudindo este
apaixonado coração !
Sei que, emocionada, ela iria chorar e, eu, em suas lágrimas
me banhar !
Sinval Silveira