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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Poema: A LIBERDADE DO ARTISTA



Levei tempo para te entender, nobre Artista.
Tua Arte, não é somente "Arte" mas, também, liberdade,
Compensas  os limites que a vida te impõe, criando
o teu mundo paralelo,  onde tudo é belo !
Escreves o que queres, com substantivos e adjetivos  da tua 
livre escolha, que nem mesmo a tua professora se atreve
corrigir.
Penduras no cavalete,  a tua frente, um pedacinho do Céu,
e teu pincel percorre os caminhos que a imaginação dita
ao teu coração !
Não há mão nem contra- mão. 
Somente  a Arte no volante, conduz teus passos adiante.
Surgem traços, cores e formas,  que só por ti, Artista, são vistos.
Admiro teu talento,  liberto meus pensamentos para formar um
só entendimento  do que tu,  Artista,  criaste.
E,  a mim, neste exato momento,  cabe  o sagrado
 direito de te admirar  e aplaudir !

terça-feira, 2 de abril de 2019

conto poético: A FILHA ADOTIVA DE PORTUGAL


Uma mulher  idosa ... muito  idosa.
Seus  101  anos,  assim comprovam.
Nascida em um município, nas  cercanias  desta Capital,
desde a  adolescência  nega seu "torrão natal".
Veste-se como uma mulher portuguesa e faz questão de 
ostentar um carregado sotaque,  daquele Povo.
Fica muito feliz quando alguém lhe questiona se é de 
Portugal.
Responde,  afirmativamente, com um ar de felicidade !
Cobriu-se  de vestes negras, da cabeça aos pés., desde 
mocinha.
Diz ser costume, em sua Terra, assim proceder.
Fala de Nazaré, localizada entre  Lisboa e Coimbra, com
a intimidade de alguém que por lá  nasceu...  e chora de 
saudade, sem jamais haver ido por lá.
É benzedeira e suas orações são pronunciadas no idioma
português, de Portugal.
Há pouco tempo, finalmente, revelou o mistério.
Um jovem pescador português, ao passar pelo  lugarejo 
onde, então,  morava, falou-lhe coisas de Portugal,
histórias, costumes, etc.
Deu-lhe seu gorro de presente e prometeu retornar, algum 
dia...
Nunca mais retornou.
Ela presume que o rapaz morreu numa tempestade no mar.
Jamais casou e guarda aquele gorro com   todo o carinho e
saudade, próprios  de uma mulher viúva de Nazaré.
Sinval Silveira