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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Poema. O RETRATO DE QUEM AMO



Amarelou, desbotou,  mas  vive para mim.
Quase irreconhecível,  ainda conversa comigo.
Fala o que quero ouvir.
Dá-me conselhos e sorri  do que tenho medo.
Olha-me com ternura... relembrando um passado que
nem mesmo eu conheci.
Conta-me histórias, diferentes, para não me aborrecer... 
Imagina !
Aos seus pés,  faço as minhas orações, confissões e
peço  perdão.
Sempre sou perdoado... mesmo havendo pecado.
Ainda sinto suas mãos deslisando sobre minha cabeça.
Reúno forças e peço a sua benção.
"Deus te abençoe, meu querido filho".
As lágrimas  seguem seu leito e  eu adormeço,
abraçado a uma intensa saudade !
 
 
Sinva Silveira






sábado, 9 de fevereiro de 2019

Poema: HAVIA UM DESTINO




Prestei atenção naquele  andar cansado, quase trôpego,
parecendo  parar.
Trazia as marcas de um passado  que lhe cobrou, sem
nada oferecer em troca.
Seus olhos pareciam   não suportar  a luz do sol.
Das  frontes, o  suor  escorria.
Falava,  com a  voz trêmula, histórias que  já  ouvi.
Parecia o sofrimento, querendo do mundo se vingar.
E a vida lhe fugia,  por entre as mãos  frias,  sem força,
até mesmo  para acenar um Adeus,
Somente as lembranças não lhe abandonaram,
 refletindo em seu   semblante, como testemunhas
fiéis dos caminhos  por onde  se arrastaram os  seus 
passos  errantes,  seu olhar   sem brilho, de homem  desiludido.
E as  estradas,  sem fim,  mostraram seu  caminho.
Havia um destino...
Sinval Silveira