pulsando

Seguidores

sexta-feira, 3 de junho de 2011

FLORES DO PASSADO

 
Negra noite.
A neblina densa, gélida e cinzenta
como a agonia da cruel cegueira,
invade o pequeno vilarejo.
Aos fundos, o badalo não cessa de
provocar o sino, que grita, em
desespero, por socorro.
O vento uiva, tão afinado, que parece
o tanger das cordas da viola.
Canta, somente a dor, de um tempo
que passou, lamentando a saudade
de um grande amor.
Fala da ingratidão, sofrida por uma
intensa paixão, lamentando a mulher
que partiu, abraçada às rosas amarelas
que, com tanto carinho, lhe ofertou.
Agora, o vento cessa.
A velha mendiga, estende os seus trapos
sob um banco de jardim,e, de joelhos,
reza abraçada às flores secas, que
carrega consigo desde a sua linda mocidade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Querido leitor...seu comentário é muito importante para mim. Obrigado.