Numa bela manhã ensolarada de domingo, caminhando pelo
interior de uma floresta, situada na Serra de Vista Alegre, neste
Estado, meditava sobre a vida, a felicidade, conquistas materiais, amores, etc.
Tudo muito confuso, no mundo das minhas emoções.
Soube, também, que um ermitão habita aquela floresta.
Já, quase no alto da montanha, fui surpreendido pelo ladrar, incessante, de um cachorro pequeno.
Em seguida, escutei um assobio, ao que, fielmente, foi acolhido
pelo cão.
Em alguns segundos, estava à frente daquele homem, o mesmo,
certamente, de quem tantas histórias ouvi contar.
Gentilmente, me cumprumentou, convidou-me a chegar até sua
"casa ", instalada numa caverna, formada por uma grande rocha, com acabamentos em varas de bambu.
Ofereceu-me água fresca, colhida num esticar de braço, ao lado
da caverna.
A passarada, de todas as espécies da região, gorjeava sem parar.
Parecia uma orquestra, regida pela natureza.
Sobre a estiva de varas, uma infinidade de frutas, por ele mesmo
plantadas e colhidas, e que passei, por sua generosidade, a
saborear.
Barbeia-se a cada três meses, quando vai ao povoado comprar alguns gêneros alimentícios, por ele não produzidos na montanha.
Saudoso por uma boa conversa, contou-me que está só, naquele lugar, por uma opção de vida.
Cansou-se das pressões sociais, das cruéis decepções e traições.
Disse viver, muito bem acompanhado do seu cão, um cachorrinho de rua, por ele adotado e batizado de"amigo ". Jamais lhe traiu.
Quando perguntei por sua família, respondeu-me, apenas, que sentia saudade dos seus dois filhos. Desconversou, em seguida.
Despedi-me de Euzébio, Professor Universitário de Antropologia, na certeza de haver conhecido um homem feliz, e que muito me ensinou sobre as amarras sociais, ditadas pelas ambições, e que conduzem o ser humano à infelicidade, normalmente, sem volta.
Mas, por Euzébio, a regra foi quebrada.
É um homem feliz, abraçado a um universo de puro amor, que
lhe acolhe com todo o fervor.
Ama aquela montanha e tudo o que nela existe. Admira as
estrelas, a lua, o vento, o sol e a chuva, pois somente assim é
feliz.
Subi a montanha com um fardo de questionamentos.
Retornei leve e sábio, com um novo amigo.
Fez-me repensar toda a minha vida...
Em minhas andanças pela net, lendo poesias, encontrei seu blog e sinceramente, me encantei...lindo, lindo...de uma sensibilidade rara, meus parabéns...(volte a postar, sim? seu
ResponderExcluirtalento e inspiração não devem ficar na gaveta, compartilhe novamente) um abraço meu, ania...
Olá, Ania.
ResponderExcluirSinto-me muito feliz com as tuas
observações. Servem-me, também,
de estímulo. Fico profundamente
agradecido e emocionado.
Volte sempre, por favor.
Um bom dia.
Sinval