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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Conto poético: O CARREGADOR DE MALAS

Incrível, como se esquece rápido, das coisas pitorescas
da nossa terra.
Na modesta rodoviária, localizada no centro da Capital,
bem ali, na confluência das Avenidas Mauro Ramos e
Hercílio Luz, funcionava a rodoviária.
Destinava-se administrar toda a movimentação dos
ônibus de passageiros, intermunicipais e interestaduais.
A Cidade, ainda muito pequena, não dispunha de um serviço
de transporte eficiente, que pudesse oferecer aos passageiros,
aqui desembarcados.
Os "carros de praça ", hoje taxi, eram, numericamente, muito
limitados.
Surgia, então, a figura do "carregador de malas".
O viajante seguia a pé, para casa ou hotel, e, ao seu lado, o
homem carregando, nas costas, as suas malas, pacotes, etc.
Um verdadeiro "burro de cargas ".
Percorria quilômetros, sem descansar. Haja fôlego.
O passageiro, por vezes, se dirigia aos altos morros da Capital,
e lá ia o nosso carregador de malas.
Após cumprida a tarefa contratada, retornava correndo para a
rodoviária, pois outro passageiro já o esperava.
Engraçado, ninguém reclamava deste desconforto. Como as
coisas mudaram...
Não sei se ainda vivem, mas sinto saudades daquelas figuras
pitorescas, quem sabe folclóricas, da Capital Catarinense.
Homens trabalhadores, que enfrentaram a vida com resignação.
Sinceramente, merecem ser homenageados, ainda que
"in memoria", com uma placa ou uma estátua, em nossa moderna
e imponente rodoviária, ao lado das homenagens, já prestadas, aos
grandes homens da nossa terra.

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