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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Conto poético: O CAVALO VELHO

Todos conheciam, nesta Capital, um carroceiro e o seu
cavalo baio.
Um homem, de nome Cantídio, muito correto,mas parecia
excessivamente austero.
Pouca fala, só estendendo a conversa com quem tinha
algum relacionamento, social ou profissional.
Baio, o seu cavalo, era, igualmente, admirado pela
comunidade, pois era muito bonito, bem tratado e dócil.
Obedecia as ordens, sem precisar ser tocado.
O Senhor Cantídio não usava chicote para comandar o seu
cavalo, pois dizia que o animal era muito obediente.
Baio trabalhou uns vinte anos, naquela carroça.
Estava ficando velho. Suas forças chegavam ao fim,já que
a clientela da carroça, na grande maioria, residia em região
montanhosa.
Logo, o esforço do animal, era enorme.
Chegou o momento. O cavalo tinha que parar de trabalhar.
O carroceiro comprou outro cavalo, bem jovem, batizando-o
de "negrinho".
Despertou a curiosidade, a substiuição do baio, por outro
cavalo. Que fim levou ? Morreu, mataram ?
O que aconteceu ?
Alguns moradores foram à casa do carroceiro, onde
receberam as seguintes informações, prestadas por aquele
homem, de aparência rude:
"Eu, e baio, trabalhamos juntos por mais de vinte anos.
Meus filhos se criaram, pela força deste animal.
Poucas vezes adoeceu. Nunca lhe dei uma chicotada,pois
sempre foi muito obediente.
Agora, perdeu as forças, está velho, e precisa de mim.
O melhor lugar da cocheira, reservei a ele. É claro que terei
mais despesas, pois não trabalhará e só comerá.
Mas devo isto a ele, e quero que viva muitos anos, para
minha consciência ficar em paz".
Veja só, um homem sem instrução, mas de uma nobreza
de coração, surpreendente.
Os moradores das redondezas, souberam desta história,
e passaram a doar milho, alfafa, cenouras, remédios, para
o baio, que ainda viveu mais oito anos, em total descanso,
merecidamente !

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