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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Conto poético: UM HOMEM CHAMADO AVEVU

Conhecido em toda esta Capital, Avevu foi um homem
que viveu, intensamente, cada minuto da sua vida.
Residia nos altos do morro da caixa, antiga Rua Lages,
depois, General Vieira da Rosa, local onde nasceu.
Funcionário dos Correios e Telégrafos, era apaixonado
por carnaval. Um líder.
Em época de folia, descia o morro fantasiado, para
juntar-se aos seus pares. Parecia um príncipe, face a
convicção com que se revestia do seu personagem.
Desfilava com um garbo tal, até hoje não superado.
Amava a sua Escola de Samba Copa Lord.
Compositor de dezenas de sambas.
Eu, ainda menino, ficava impressionado com aquele personagem
do samba.
O destino deu uma podada em seus passos, em razão de uma séria enfermidade que contraiu.
Não perdeu tempo. Voltou aos bancos escolares, formando-se
em direito.
Agora, não é mais o Avevu e, sim, o Doutor Abelardo.
Há poucos anos atrás, o vi passar na rua principal, desta Capital.
Seguia apressado, certamente envolvido em sua profissão de advogado.
Senti uma imensa vontade de aproximar-me dele, e dizer-lhe da minha satisfação em revê-lo, bem como da admiração que por
ele nutria, como um dos filhos mais dignos desta Terra.
Não o fiz, possivelmente, por constrangimento, ou por não querer
correr o risco de ser inoportuno.
Errei.
Poucos dias depois, menos de uma semana, Avevu, o o Dr. Abelardo, foi atropelado em frente à passarela do samba, onde morreu, caído no asfalto, em que tantas vezes desfilou todo o garbo e alegria, de um grande guerreiro do carnaval.

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