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sábado, 28 de abril de 2012

Conto poético: UM ROSTO PROIBIDO




Os anos se passaram, mas as lembranças ficaram.
Foi uma bela festa de Igreja.
Esperada durante todo o ano, com ansiedade.
Músicas, barraquinhas,  sorteios de prendas, roletas
inocentes, concurso de rainha e princesas. Vendas de
votos. Tudo era animação.
Bonitas mulheres, desfilavam  pelo saguão.
Numa mesa, a minha frente, um lindo rosto,
exuberantemente belo, chamou-me à atenção.
Olhava-me com ternura... diferente....
Olhos de inocência, rosto sem maquiagem, cabelos
penteados com simplicidade.
Trajes sem nenhum exagero. Sorriso sincero e conversa
em tom discreto.
Não dançava, como tantas outras mulheres. Afinal,  aquele
ambiente era festivo.
Apenas me olhava. Confesso, fiquei emocionado, e
desconsertado com tamanha beleza, e profunda ternura.
Estava acompanhada de mais duas senhoras,  idosas.
Aproximadamente, as 22 h,  levantaram-se e foram embora.
Fiquei, durante toda a noite, com aquela mulher em minha
mente.
Jamais a tinha visto por ali. Deve ser de alguma colônia,
da periferia.
Minha ansiedade aumentava, à medida em que as horas
se aproximavam do reinício da festa, pois alimentava a
esperança de tornar a vê-la.
No palco, apresentação de um coral infantil.
De costas para o público, a maestrina, uma religiosa de 
hábito negro, cobrindo todo o corpo, comandava aquele
lindo espetáculo de vozes.
Ao agradecer, no final, não podia acreditar no que estava
vendo. Era a dona daquele rosto lindo, da noite anterior.
Passou, me cumprimentou, com os olhos mareados.
Foi embora daquela cidade.
Nunca mais a vi....
Ficou  uma dolorosa saudade !

2 comentários:

  1. Olá, Miúda !
    Muito agradecido pelo belíssimo
    "miminho".
    Meu domingo se tornou mais feliz,
    com a tua presença.
    Um beijo nessa doce alma.
    Sinval.

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