Conto poético: MISTERIOSO OLHAR

  Não sei que explicação se pode dar, ao poder do olhar.
Um  rosto bonito, ornado por um belo sorriso, e iluminado
por um encantador olhar, torna-se  em  nascedouro de
uma explosiva paixão.
Neide, moça educada,  bonita como o entardecer de verão,
à beira mar,  sorri de tanta felicidade.
A garotada a rodeia, desesperada, querendo desfrutar da
sua atenção.
Pele bronzeada , bem tratada, contrasta com o lindo par
de  olhos verdes, da cor do mar.
Por onde passa, meu Deus, seu  perfume de mulher, fica
no ar.
Nem o vento se atreve  dissipar.
Sabe do seu poder de sedução, brinca com a paixão,
debocha do sofrimento alheio.
Mas o troco do destino, cruelmente, lhe estava reservado.
Pretendendo comparecer a uma alegre "balada",  levou
seu automóvel a um posto de serviço, num sábado, pela
manhã.
Um  gentil lavador, deu-lhe toda a atenção, prestou-lhe o
serviço,  e  entregou-lhe alguns objetos  caídos sob os
bancos.
Renato fez tudo com muito carinho,  mas discreto,  sem
demonstrar nenhum abalo,  por estar diante da garota mais
bela, daquela praia.
Toda esta gentileza e  indiferença, impressionaram e
provocaram a moça, que  passou  assediá-lo.
Manda recados, insinua-se... apaixona-se...
Oferece-lhe dinheiro, passeios... e  nada consegue.
Afastou-se do grupo de amigos, e o sofrimento chegou.
Esbarrou num  homem de verdade.
Humilde, mas digno,  e fiel a sua namorada.
E aqueles lindos olhos verdes, que tantos olhos fizeram
chorar, choram hoje de paixão ...