Era um velho casarão.
Paredes pela metade, sem portas, e
telhado sem forro.
Divisão de espaço, apenas para
demarcação.
Sem privacidade, sem higiene, sem
tudo...
Sobreviver, naquelas condições, era um
covarde desafio.
Muitas famílias, todas miseravelmente
pobres, lá viveram e em harmonia, talvez
unidas pelo sofrimento, quem sabe pelo
respeito ou medo.
Era um " cortiço ", pouco melhor que uma estrebaria.
Voltei aquele lugar para conferir, mas já não existe.
Uma suntuosa " residência de dois andares ",
me surpreendeu.
Um luxuoso automóvel, com crianças bem
cuidadas... que contraste !
Lembrei-me, então, dos amigos que
viveram naquele pardieiro, e por onde
poderiam andar... fazendo o que ?
Indaguei de um velho homem, que
também conheceu aquela " vergonha ",
sobre o destino de alguns moradores.
Para minha surpresa, disse-me que
todos sentem muito orgulho de haverem
sido moradores daquela velha casa, e
se tratam como irmãos e que houve
muita prosperidade entre eles.
Disse-me, mais:
" A falta de tudo, trouxe fartura de amor.
Virou uma só família, muito forte ! "
Fiquei feliz com a notícia !
Sinval Santos da Silveira
Comovente essa família que tendo vivido no "velho casarão" soube transformar tudo o que não tinha em amor... Muito belo, amigo Sinval.
ResponderExcluirUm beijo, daqui de Portugal.
Oi, Amiga, Graça Pires !
ResponderExcluirConheci alguns daqueles meninos,
meus amigos na infância.
Muito grato pela costumeira atenção.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
Sinval.