Estou lambuzado.
Meu corpo está coberto de lama e molhado.
Este mangue é sagrado mas, eu, um pobre
diabo, preciso deste lugar.
Ele tenta se esconder.
Esta criatura, me olhando com ternura, quer
me comover.
Seus braços fortes, não são tão fortes quanto
a minha fome.
Sou um bicho maior e comer o menor, é direito meu !
Seus olhos estranhos, sua vida no
submundo, imundo, desperta em mim
um sentimento de piedade...
Na panela, a água fervente trocará
a sua cor, sem direito a gritar de dor.
Os dentes do cliente, afiados como
faca, cravarão em sua carne, dando
Adeus aquele buraco !
Poucos sabem o que representa, para a
vida, este amigo meu.
É melhor nem saber.
A ignorância diminui o sofrimento...
Ainda há tempo !
Estão vivos, os condenados caranguejos.
Todos voltaram aos seus buracos.
Não mudarão de cor.
Foram salvos por amor !
Olá, amigo Sinval, que foto impressionante! Belo e comovente poema, amigo. Tem de ter bastante sensibilidade para escrever um poema dessa grandeza.
ResponderExcluirSaio também sensibilizada, não gosto nem de saber o sofrimento dos animais, sejam eles quais foram, mesmo o não muito simpático caranguejo!
Beijo, Um resto de semana feliz.
Parabéns!
Oi, Sinval, que estranho mundo o nosso que busca tantas formas de sobrevivência quantas são são as manifestações da vida...encontrar o elo que nos une das profundezas da lama aos laivos de consciência moral...
ResponderExcluirbelo e profundo poema!
um abraço
Querida Amiga Escritora/Taís Luso !
ResponderExcluirUm poema baseado em história real, acontecida comigo...
Fui presenteado com um cesto de caranguejos. Soltei-os,
todos, no mangue...
Muito grato pelo costumeiro e generoso comentário.
Um fraterno abraço e um feliz final de semana !
Sinval.
Oi, Guaraciaba Perides,
ResponderExcluirPoetisa e Cientista Social !
Pois é, Amiga, a crueldade parece
nos seduzir... e eu resisto.
Muito agradecido pela atenção e
generoso registro. Um fraterno
abraço e uma feliz semana !
Sinval.
Uma fotografia impressionante. O seu poema lembra-nos a forma cruel como cuidamos dos nossos apetites... Gostei muito, meu Amigo Sinval.
ResponderExcluirUm beijo daqui de Portugal.
Querida Mestra/Poetisa, Graça Pires !
ExcluirEste poema nasceu de uma história real,
vivida por mim. Fico feliz que hajas
gostado. Muito grato, Amiga !
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
Felizes esses caranguejos pois conseguiram encontrar um coração generoso.
ResponderExcluirUma bela prosa poética.
Grande abraço.
Querida Amiga/Poetisa, Sônia Brandão !
ResponderExcluirFatos verídicos. Salvei a todos... um
balaio cheio.
Perdoa-me pela demora na resposta.
Um carinhoso abraço e muito grato pelo
registro.
Sinval.