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segunda-feira, 23 de março de 2020

Poema: ATÉ PILATOS LAVOU AS MÃOS




Por  onde andam os  gritos infantis, os  doces gorjeares e os insistentes  ladrares ?
Minha rua emudeceu, ou os ruídos se mudaram deste lugar ?
Apenas um cão  abandonado, olhou para o meu lado e me
cumprimentou !
Abanou   sua calda, parecendo me advertir do  risco que eu 
Corria.
Solidário em minha  dor,  exibiu suas costelas,  como diplomas 
da fome que  passou.
Liberdade,  pela imunidade que desfruta desta peste,  que
a todos  assolou.
Por um momento, senti-m inferior aquele  animal, que circula
pelas ruas,  em liberdade total !
Estou em prisão domiciliar, com medo  do  corona me pegar e,
até, esqueci dos bandidos que queriam me assaltar.
Eles, agora, tem medo do fantasma, sem dinheiro ou celular.
Não adianta  correr ou ficar. 
Desta vez,  não lavando as mãos, o bicho vai pegar !



SINVAL  SANTOS  DA SILVEIRA

quinta-feira, 12 de março de 2020

Poema: A SEGUNDA CHANCE


Encostou  seu delicado rosto ao meu,   sussurrando
um lindo poema !
Falava de um amor com muita  ternura, parecendo
uma saudade  acorrentada  no fundo do coração.
Emocionada, chorou...
Não consegui pronunciar, sequer,  uma palavra  de
consolo.
Queria  dissipar aquela  tristeza, mas foi maior minha 

fraqueza.
Sobre a mesa, suas mãos frias  e inquietas,
clamavam por uma segunda  chance.
Era o grito da sua alma,  exigindo a  liberdade  dos
sentimentos,  umedecidos pelas lágrimas do passado.
Seus olhos, agora lindos e brilhantes, sorriem de felicidade !
Não fala mais de saudade, e  escreve lindas poesias  nas
páginas  de uma  nova vida !

Sinval Silveira